Hoje passei meu dia com a pessoa mais esperta do mundo.
Não foi um encontro casual e nem foi nosso primeiro
encontro.
Na verdade, passei quase todas as horas de todos
os dias dos últimos três anos com esta miniatura de
Einstein.
Perguntei à Grant, meu pequeno filho,
- Por que você desenrolou todo o papel higiênico sobre a
pia.
Sem pausa ou hesitação, ele declarou,
- Porque eu posso!
- Ah! Sei! Eu respondi, enquanto orava para manter a calma
- Bem, talvez você possa, mas não deve. Pode entupir a
pia.
Então não faça isso novamente.
Mais tarde ele se aventurou pela cozinha e olhava com
atenção para o refrigerador procurando por algo para
mastigar. Quando eu entrei, ele já tinha conseguido
espalhar fatias de queijo, cerejas e gelatina pelo chão
de cozinha. A princípio, não fiquei nada contente com a
desordem até que notei que ele estava alegremente levando
colheradas de ricota à sua boca. Eu sabia que a caixa de
ricota era nova e ele tinha que ter trabalhado duro para
retirar a cobertura protetora plástica que vem bem colada
à caixa de papelão. Fiquei impressionada.
- Você está com fome? Indaguei.
- Sim. Ele respondeu.
- Posso perceber. Agora o mocinho pode me contar por que
escolheu o que comer e quando comer?
Ele me olhou como que querendo dizer "Você é
idiota?" e então replicou,
- Porque eu posso! E com a barriga bem cheia, ele foi
brincar.
Limpei a pegajosa bagunça feita pelo meu bebê cozinheiro
e fui ver o que ele estava fazendo. Desta vez ele estava
enroscado em um travesseiro e um cobertor, assistindo seu
desenho favorito. Aconcheguei-me no sofá perto dele e ele
imediatamente me deu um grande abraço que só alguém com
três anos de idade sabe dar!
- Te amo, mamãe. Ele disse com um brilho nos olhos e seus
rechonchudos braços ao redor do meu pescoço.
- Ama? Provoquei enquanto retribuía seu abraço.
- Hum Hum!
- E por que você me ama, Grant?
- Porque eu posso! Ele disse com uma risadinha. E se jogou
de costas sobre o sofá, se afastando de mim para
contemplar a lição que ele tinha tentado me ensinar o
dia inteiro:
Porque eu posso. Eu posso espalhar papel higiênico pela
cômoda, mas eu aprendi que pode entupir a pia, então na
próxima vez eu não farei isso.
Porque eu posso. Posso achar algo de comer por conta
própria, mas aprendi que a mesa é o melhor lugar para
aproveitar meu alimento.
Porque eu posso. Posso amar você porque é isso o que meu
coração sente por você, e demonstrar amor é sempre
bom.
Porque eu posso. Posso ficar zangada quando o papel
higiênico entope a pia, ou o dever de casa não foi
feito, ou as bicicletas estão no meio do caminho, mas
aprendi que quando me zango, minhas crianças sempre se
lembram da raiva mas raramente se lembram da lição.
Porque eu posso. Posso me preocupar com o mendigo faminto
na rua, mas aprendi que até que eu parasse para alimentar
e confortar o indivíduo, eu ignorei a humanidade em sua
forma simples.
Porque eu posso. Posso amar você porque é isso o que meu
coração sente por você, e demonstração de amor é
sempre bom.
- Ei, Grant?
- Que foi mamãe? Ele perguntou enquanto rastejava de
volta para meu colo.
- Sabe por que eu te amo? Perguntei, testando sua
sabedoria.
Grant esticando o pescoço, encostando sua testa contra a
minha, e olhando fundo nos meus olhos declarou,
- Porque você pode, você é bobinha mamãe!
E, de fato, ele tinha razão.
Bom dia!!!
Amanda Jane Krug