"A felicidade às vezes é uma bênção, mas 
geralmente é uma conquista."
-
Paulo Coelho

                                                    

 

O presente das rosas

Três homens, sendo um ingrato, um conformado e um generoso, foram visitados, no mesmo instante e local, por um Gênio saído da Lâmpada.

Diante do inusitado, um deles falou:
- Gênio, que nos trazes?

- Rosas ! - disse o Gênio.

E abrindo seu manto mágico, dele retirou três lindos buquês de rosas, que ofereceu aos visitados, entregando um para cada.

Antes de partir, olhou-os fixamente e, percebendo algum desapontamento por conta da simplicidade de sua oferta, justificou-se:

- Rosas ... porque elas são jóias de Deus: deixam a vida mais rica e bela!

Os homens se entreolharam surpresos e, após se despedirem, cada um seguiu seu destino, dando finalidade diferente ao presente recebido.

O ingrato, maldizendo sua falta de sorte por haver encontrado um Gênio e dele recebido apenas flores, jogou-as num rio próximo.

O conformado, embora entristecido pela singeleza do presente, levou-as para casa, depositando-as num jarro.

O generoso, feliz pela oportunidade que tinha em mãos, decidiu repartir seu presente com os outros. Foi visto pela cidade distribuindo rosas, de porta em porta, com um detalhe: quanto mais rosas ofertava, mais seu buquê crescia em tamanho, beleza e perfume. Ao final, retornou para casa com uma carruagem repleta de rosas.

No dia seguinte, no mesmo local e instante, os três homens se reencontraram e, de súbito, ressurgiu o Gênio da véspera.
- Gênio, que desejas? - disse um deles.

- Que as vossas rosas se transformem em jóias! - disse o Gênio.

Desta forma, o homem generoso encontrou em casa uma carruagem repleta de jóias, extraordinariamente belas, tornando-se rico comerciante.

O homem conformado, retornando imediatamente para seu lar, encontrou, pendurado sobre o jarro onde depositara as rosas, um lindo e valioso colar de pérolas. Resignou-se em ofertá-lo para sua esposa.

O homem ingrato, dirigiu-se ao lugar onde jogara o buquê de rosas, viu, refletindo sobre as águas, um brilho intenso, próprio de jóias valiosas, que sumiu de seus olhos quando se atirou ao rio no propósito de alcançá-las.


Maktub
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