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Máscaras
Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade,
fingindo ser o que não sou, faço-o para atrair o outro e logo descubro
que só atraio a outros mascarados distanciando-me dos outros devido a
um estorvo: - A máscara.
Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades e logo
descubro que, ao não verem minha humanidade, os outros não
podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.
Faço-o para preservar minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico,
realmente não era meu amigo,
e, sim, da máscara.
Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro
que
aquilo que mais ofende às pessoas, das quais quero ser mais íntimo,
é a máscara.
Faço-o convencido de que é melhor que
posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo;
o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente,
o que não consigo com elas.
(Gilbert B. Lazan)
1702
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