Crimes
cibernéticos são desafio mundial
O secretário-geral da OEA, César Gaviria, afirmou ontem que os delitos
cibernéticos constituem um dos maiores desafios para o sistema jurídico
internacional. Gaviria destacou o desenvolvimento das novas tecnologias e
alertou seu uso pelos delinqüentes, durante o início de uma reunião de
dois dias de especialistas governamentais em delitos cibernéticos dos 34
países da OEA.
Os especialistas avaliarão
o avanço dos esforços para combater este tipo de crime e formularão
recomendações, além de incentivar a elaboração de instrumentos jurídicos
interamericanos para fortalecer a cooperação regional no combate aos
delitos cibernéticos.
Eles envolvem uma série
de crimes, como o uso de computadores e redes de informática para
destruir ou obter acesso ilegal a dados, o armazenamento de informações
de caráter ilícito, as fraudes financeiras e distribuição de
pornografia infantil.
Gaviria assinalou que a
experiência mostrou que, assim como um teclado de computador pode ser útil
para o progresso da humanidade, ele também se pode converter em uma
poderosa arma capaz de causar enormes danos.
O secretário-geral da
Organização dos Estados Americanos (OEA) disse que esses danos podem ser
realizados contra a infra-estrutura de serviços de um Estado ou de uma
empresa, "ou ainda contra a integridade e a vida das pessoas".
Gaviria afirmou que os
delitos cibernéticos mostraram que "estamos frente a um problema de
características singulares" que representam grandes desafios legais,
tecnológicos, de especialização, capacitação, assistência e cooperação
entre os Estados. Ele acrescentou que pela natureza internacional dos
delitos cibernéticos, a cooperação e assistência judicial entre os países
são essenciais para sua prevenção, perseguição e castigo.
O secretário-geral da
OEA ainda ressaltou que os atentados do 11 de setembro de 2001 nos EUA e
os avanços da criminalidade trasnacional organizada evidenciaram a
necessidade de acelerar o passo para fortalecer e consolidar a cooperação
mundial, destinada a combater as diversas modalidades de delinqüência
internacional. Gaviria defendeu uma política coletiva de tolerância zero
para todos os delitos, inclusive os cibernéticos.
Ele sugeriu que os 34 países
da OEA consolidem suas relações de cooperação com outros organismos e
instâncias internacionais que estão trabalhando contra o delito cibernético,
como o Conselho da Europa, o grupo de países do G-8, a polícia
internacional (Interpol) e as Nações Unidas.
Agência EFE
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