Microsoft quer que remetentes "paguem" por spam
Um grupo de pesquisadores da Microsoft desenvolveu um projeto que pode
solucionar, ou pelo menos amenizar, o problema do lixo eletrônico na internet.
O projeto, batizado de Penny Black, é baseado na idéia
que revolucionou o sistema de postagem de cartas britânico nos anos 1830: a
criação de um selo que transferiu os custos da emissão da carta para os
remetentes.
A idéia é que os remetentes de e-mails paguem por isso, e
os que recebem não.
"A idéia básica que estamos tentando desenvolver é
tornar possível o remetente pagar pelo e-mail que ele enviar", explicou
Ted Wobber, do grupo de pesquisa da Microsoft (MSR).
O pagamento pelo envio de lixo eletrônico, também chamado
de spam, não seria feito em dinheiro vivo, mas sim na memória e no poder
necessário ao computador para interpretar os quebra-cabeças criptográficos.
"Para cada pedaço de e-mail enviado, tiraria-se entre
10 e 20 segundos de energia do computador ", explica Wobber.
O grupo calculou que, se um dia possui 80 mil segundos, uma
"taxa eletrônica" de 10 segundos fará com que os remetentes de spam
só consigam, no máximo, enviar 8 mil mensagens por dia.
"Hoje, há quem envie milhões de e-mails. Se eles
quiserem continuar com isso, terão que investir em máquinas muito mais
sofisticadas", acredita o pesquisador.
Como resultado, enviar lixo eletrônico pode se tornar algo
custoso no futuro.
Paul Wood, consultor da firma de e mails MessageLabs,
aprovou a idéia de transferir os custos para o remetente.
"Um dos problemas fundamentais do spam é que ele não
custa nada para ser enviado. Mas o receptor constantemente sofre com
congestionamento de sua conexão à internet, perda de tempo e danos à sua
máquina", afirma.
Segundo ele, no entanto, para o sistema funcionar é
preciso que ele seja mais democrático, e não de propriedade da Microsoft.
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