Banda
larga ultra-rápida avança na Europa
Para o sueco Rainer Kinnunen a vida ficou mais fácil desde que ele
assinou um provedor de Internet super-rápida três anos atrás. Após
isso, o estudante de ciência da computação viu seu computador suplantar
a televisão como elo mais importante entre sua casa e o mundo exterior.
Ele assiste a programas
de televisão e filmes, faz telefonemas, navega pela Web e joga online
usando sua conexão de 10 megabits por segundo, 20 vezes mais rápida que
modems a cabo comuns. A velocidade é tanta que Kinnunen consegue baixar
um filme de duas horas em questão de minutos, e não horas.
Para o estudante de 31
anos, o resultado foi uma mudança de estilo de vida que, embora não
revolucionária, é certamente perceptível. "Se meu filho quer um
filme, posso baixar instantaneamente", diz. "E há anos não vou
à loja de discos do bairro."
Desde que aderiu à
velocidade super-rápida, fornecida pela Bredbandsbolaget, Kinnunen
instalou dois servidores em seu apartamento, no bairro de Eskilstuna, subúrbio
de Estocolmo. Um distribui suas fotos digitais para os amigos e
familiares. No outro, ele duela por horas com outros jogadores de "Half-Life:
Day of Defeat", um jogo de tiro em primeira pessoa.
Além disso, ele dispõe
de banda e capacidade de servidor suficiente para transmitir sua coleção
de DVDs de casa para os computadores de amigos que queiram assistir a um
filme com ele, do outro lado da cidade.
A Bredbandsbolaget
oferece também uma conexão de 100 megabits por segundo, ao preço de 595
coroas (US$ 79,49) por mês, em bairros selecionados de Estocolmo,
equipados com redes avançadas de telecomunicações. Mais de 1,5 mil
domicílios assinaram o serviço até agora, informa a empresa.
Também na Suécia, a
gigante das telecomunicações escandinavas TeliaSonera
oferece conexão de oito megabits por segundo. Na Europa, a italiana
eBiscom eBiscom
oferece conexão de velocidade semelhante.
Enquanto isso, na América
do Norte, companhias como Qwest Communications estão apenas começando a
quebrar a barreira do 1 megabit em alguns mercados, deixando o continente
de fora da revolução que vem acontecendo na Europa, Japão e Coréia do
Sul.
Dentro dos próximos dois
anos, porém, a banda larga multimegabit será uma realidade em muitos países,
afirmam analistas, à medida que companhias de telecomunicações investem
vastas somas para melhorarem suas redes com chips de alta velocidade e
novas linhas de fibra óptica.
Funcionalidades
múltiplas
Para o consumidor isso significa que uma companhia poderá oferecer
televisão, filmes sob encomenda, telefonia e acesso à Internet,
colocando empresas de telecomunicações contra companhias de TV a cabo.
"Nós nos consideramos uma alternativa às operadoras locais de TV a
cabo", disse o presidente-executivo da Bredbandsbolaget, Peder Ramel.
Porém, como suas
predecessoras, a banda larga multimegabit têm limitações. Entre as
principais está a necessidade dos usuários morarem perto de uma central
telefônica. "Inicialmente, isso vai ser um serviço apenas para
moradores de cidades", disse o analista Graham Finnie, do Yankee
Group.
Há ainda o problema de
que a velocidade anunciada pelas empresas refere-se apenas ao download. O
envio de grandes arquivos é consideravelmente mais lento, mas ainda assim
muito mais rápido que modems convencionais.
Um dos problemas que está
sendo resolvido é o preço, duas vezes mais caro que uma banda larga
comum, à medida que mais assinantes optam pelo multimegabit. "Não há
mais nenhuma razão técnica para que os provedores não ofereçam
velocidades maiores de banda larga", disse Finnie.
Reuters
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