|
Design
funcional é ser sofisticadamente simples
Design funcional significa adequar as necessidades do cliente aos desejos
do usuário, para que as tarefas sejam realizadas de uma maneira fácil,
intuitiva e gratificante. Não é pouca coisa.
Andre Nogueira
A maior frustração dos designers que migraram para a web na época da
bolha era enfrentar as limitações do HTML. Era impossível ter o mesmo
controle que tinham no meio impresso ao produzir seus sites.
A regra da época era reinventar roda. Jogue fora os velhos tags HTML.
Substitua-os pelos conceitos e pelas técnicas que se seguem, pregava
David Siegel no seu bestseller “Creating Killer Web Sites”. Entre as técnicas
que seguiam, podíamos encontrar coisas como o uso indiscriminado de imagens
no lugar de texto, o uso de tabelas para o layout e o famoso GIF
transparente, entre outros.
Na contramão dessa corrente, Jakob Nielsen, defendia o enfoque
“engenheiro” de se fazer design. Existem duas abordagens
fundamentais ao design: o ideal artístico de expressar-se e o ideal da
engenharia de resolver um problema do cliente, dizia em seu livro
“Designing Web Usability”. Para Nielsen, apenas o modo engenheiro
poderia produzir resultados positivos.
Essa polêmica colocou a usabilidade e o design em lados opostos, criando um
paradigma um tanto quanto estranho no mercado de design digital. No final, o
resultado da soma da usabilidade mais o design sempre tendia a zero.
Nessa época, era muito comum no início de cada projeto definir qual dos
lados seria priorizado. Sites totalmente textuais e até sites
exclusivamente baseados em imagens foram produzidos e colocados no ar para
testar os limites dessa equação.
Mas os anos passaram, a bolha estourou, e os profissionais dos dois lados
dessa “Jihad” tecnológica precisaram cair na real. Experimentalismo e
radicalismo deixaram de suprir a necessidade dos clientes, cada vez mais bem
informados e focados no resultado.
Hoje, o design baseado em apenas uma dessas correntes está fadado ao
fracasso. Qualquer website, de qualquer área, precisa ter um design
funcional.
Design funcional nada mais é do que colocar todo o conhecimento disponível
a serviço do desenvolvimento da interface, e não contra.
É um design ponderado e bem estudado, levando em conta todo o conhecimento
das seguintes áreas:
Usabilidade
Garante a facilidade de uso, tornando a interação uma tarefa simples,
objetiva e agradável.
Arquitetura da informação
Organiza a informação de maneira clara e objetiva, de acordo com público
alvo, facilitando o acesso à informação.
Acessibilidade
Uso de técnicas adequadas para garantir que qualquer usuário, independente
de necessidades especiais, acesse o conteúdo.
Marketing
Adequação da interface às estratégias e objetivos de marketing e
comunicação do cliente, criando uma interface extremamente eficiente.
Design gráfico
Maximiza a experiência do usuário, auxiliando a realização das tarefas e
a exposição da marca do cliente.
Tecnologia
Escolha correta de tecnologia garante a compatibilidade com os mais diversos
meios de acesso e a versatilidade da interface.
O segredo do design funcional é adequar as necessidades do cliente aos
desejos do usuário, possibilitando a realização de tarefas de uma maneira
fácil, intuitiva e gratificante. É como um canivete suíço: do tamanho do
seu bolso, com as ferramentas adequadas às suas tarefas, fácil de usar e
ainda por cima é extremamente bonito.
Esqueça os modismos, os nomes bonitos e os discursos quase religiosos. Você
não precisa ser um especialista para aproveitar a essência da teoria de
cada área e aplicar no seu trabalho, no seu dia-a-dia. Seja você um
designer, arquiteto, analista ou programador, use todo esse vasto
conhecimento para melhorar cada vez mais a qualidade do seu trabalho. Seu
usuário agradece. [Webinsider]
|
|
|