Precisando de Amor
Quem não gosta de ser amado? Ser paparicado? Receber atenções especiais,
presentinhos e beijinhos doces?
Quem não gosta de surpresinhas gostosas, beijo na boca e abraços apertados? Quem
é que de livre e espontânea vontade prefere a solidão a uma boa companhia?
Ora, todo mundo quer uma boa companhia, e de preferência para o todo sempre. Mas
conviver com essa "boa companhia" diariamente por 3, 5 , 10, 15, 25 anos é que é
o difícil. No começo dos relacionamentos e até 1 ano de vida amorosa, tudo são
mais ou menos flores, (se o seu relacionamento tem menos de um ano e já é mais
de brigas e discussões, caia fora dessa fria). Não adianta você dizer que depois
de três meses apenas que "encontrou o amor de sua vida", porque o amor precisa
de convivência para ser devidamente testado.
Nesse mundo maluco e agitado, as pessoas estão se encontrando hoje, se amando
amanhã e entrando em crise depois de amanhã. Uma coisa frenética e louca, que
tem feito muita gente, que se julgava equilibrada, perder os parafusos e fazer
muita besteira. Paixão, loucura e obsessão: três dos mais perigosos ingredientes
que estão crescendo nos relacionamentos de hoje em dia por causa da velocidade
das informações e o medo de ficar sozinho.
As pessoas não estão conseguindo conviver sozinhas com seus defeitos, vícios e
qualidades, e partem desesperadamente para encontrar alguém, a tal da alma
gêmea, e se entregam muitas vezes aos primeiros pares de olhos que piscam para o
seu lado. Vale tudo nessa guerra, chat, carta, agência, festas e até roubar o
parceiro de alguém. É uma guerra para não ficar sozinho.
Medo, medo de se encarar no espelho e perceber as próprias deficiências, medo de
encarar a vida e suas lutas. Então a pessoa consegue alguém (ou acha que está
nascendo um grande amor), fecha os olhos para a realidade e começa a viver um
sonho. Trancado em si mesmo, nos quartos e no seu egoísmo, a pessoa transfere
toda a sua carência para o(a) parceiro(a), transfere a responsabilidade de ser
feliz para uma pessoa que na verdade ela mal conhece. Então, um belo dia, vem o
espanto, vem a realidade, o caso melado, o "falso amor" acaba, e você que
apostou todas as suas fichas nesse romance fica sem chão, sem eira nem beira, e
o pior: muitas vezes fica sem vontade de viver.
Pobre povo desse século da pressa! Precisamos urgentemente voltar ao costume
"antigo" de "ter tempo", de dar um tempo para o tempo nos mostrar quem são as
pessoas. Namorar é conhecer, é reconhecer, é época de pesquisas, de
reconhecimento. Se as pessoas não se derem um tempo, não buscarem se conhecerem
mais, logo em breve teremos milhares de consultórios lotados de "depressivos" e
cemitérios cada vez mais cheios de suicidas cansados de si mesmos.
Faça um bem para si mesmo e para os outros: quando iniciar um relacionamento
procure dar tempo para tudo, passeie muito de mãos dadas, converse mais sobre
gostos e preferências, conheça a família e mostre a sua, descubra os hábitos e
costumes. Parece careta demais? Que nada, isso é a realidade que pode salvar o
relacionamento e muitas vidas.
Acredite no amor... que faz bem...
Bom dia!!
Autoria:
Paulo Roberto Gaefke