695 mil acessam banda
larga no país, diz IDC
Somos 695 mil usuários de internet veloz no país,
segundo o levantamento feito pelo IDC. Em 2002, o crescimento no número
de assinantes foi de 112%.
Este número engloba tanto usuários de ADSL, o mais popular, quanto de
cable modem, FWA e satélite. Mas apenas 10% deste número de usuários
estão no mercado corporativo - de acordo com o instituto, por causa
ainda da desconfiança com relação a segurança e garantia na
velocidade de conexão; e também porque as empresas estão preocupadas
mais em resolver seus problemas com a comunicação de voz.
Na visão de João Bustamante, analista sênior do IDC que comandou o
estudo Converged Consumer Services in Brazil, os usuários residenciais
ainda são indiferentes com relação à questão tecnológica - o que
importa mais é a liberação da linha telefônica para voz, associada a
um acesso mais veloz à web.
O alto custo do serviço ainda é um impedimento, mostra o estudo, para
que o número de assinantes cresça ainda mais. Segundo o IDC, a maioria
dos usuários está disposta a gastar cerca de 50 reais por mês com
banda larga (incluindo provedor), um valor razoavelmente inferior ao
oferecido atualmente - que, dependendo da tecnologia adotada, pode
ultrapassar a soma de 100 reais mensais.
Por outro lado, há a falta de credibilidade das operadoras com relação
à implantação da tarifa flat, ou tarifa única. Estas empresas, diz o
IDC, acham também que se o projeto do governo vier a se realizar, não
irá impactar muito o mercado, porque elas acreditam que os usuários
que buscarão a tarifa flat terão um perfil bastante diferente dos usuários
que adotam a internet veloz. O maior impacto da tarifa única deverá
acontecer para os provedores de acesso discado, que provavelmente terão
que guerrear pela atenção do consumidor tendo como arma apenas o conteúdo
e alguns serviços.
Bustamante acredita que a falta de conteúdo específico também
atrapalha o crescimento da banda larga. "O conteúdo deve ter
interatividade igual a existente em jogos eletrônicos, onde as partes
envolvidas conseguem interagir utilizando a internet. Atualmente, a
maioria dos conteúdos equivale ao simples transporte de imagem da TV
para a internet, o que causa uma perda de atratividade para o
assinante", aponta. Falta, ainda, uma adequação do preço do
serviço para sua adoção pelas classes B e C - sem falar no preço dos
PCs.
Mesmo com os empecilhos, pelas contas do IDC seremos 3,8 milhões de usuários
de banda larga em 2006.
Info Exame
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