Epson muda estratégia comercial para cartuchos

A Gillete, há 102 anos, lançou uma estratégia que fez escola no mundo dos negócios. King Camp Gillete, o fundador da empresa, resolveu doar o aparelho de barbear e vender as lâminas. Com esta idéia simples, construiu um império.
Foi assim que a Epson, mundialmente, resolveu ganhar dinheiro no mundo das impressoras a jato de tinta. Ela admitia um pequeno prejuízo com a vendas das impressoras, mas que recuperaria com a venda dos suprimentos para impressão, como os cartuchos de tinta.

Uma das premissas desta estratégia é que o preço do cartucho seria igual em todas as regiões do mundo. Mas as condições econômicas das populações dos diversos países e a concorrência de produtos similares, cartuchos recondicionados e do contrabando estão fazendo a companhia rever esta estratégia.

Este “dogma” está começando a mudar pelo Brasil. “Essa estratégia nos prejudicou bastante”, admite Wang Chi Hsin, gerente-geral da Epson no Brasil. A razão? Com os altos preços mundiais, influenciados pela cotação do dólar, pois são importados, cartuchos similares ou contrabandeadas ganharam o mercado.

E a Epson Brasil resolveu brigar por este mercado perdido. Sem revelar detalhes da receita, o gerente-geral da operação afirma que 50% do faturamento da subsidiária brasileira são da venda de cartuchos. No começo do ano, a empresa abandonou os preços alinhados mundialmente e começou a testar, no País, o novo modelo. “Somos uma empresa de cartuchos e papel”, diz o gerente-geral.

Os preços dos cartuchos das impressoras fabricadas no Brasil caíram de R$ 69 para R$ 49, uma redução de 30%. Com isso, Wang Chi Hsin, espera dobrar o volume de vendas em 2003. “Em tempos de crise, precisamos ser criativos”, diz.

De acordo com estimativas do próprio executivo, há um mercado de 2 milhões de cartuchos para impressoras Epson a jato de tinta no Brasil. Deste total, só 25% são atendidos pela subsidiária brasileira. O restante fica nas mãos dos compatíveis (60%) e dos que chegam ao Brasil por meio ilegal (15%). “Voltamos à batalha.”

Um estudo realizado, em 2000, por dois professores norte-americanos, Marchall van Alstyne, da University of Michigan School Information, e Geoggrey Park, da Tulane University, tentou desvendar qual o segredo que quais negócios podem lucrar ao dar algo de graça ou subsidiado.

IDG Now
 

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