Mercado de PCs caiu 8% em 2002 no Brasil

O mercado de computadores pessoais no Brasil sofreu uma retração de 8% no ano passado, revela uma pesquisa da International Data Corporation (IDC). De acordo com o trabalho, em 2002 foram comercializadas 3.059.546 unidades, entre desktops e notebooks, no mercado nacional. Em 2001, as vendas chegaram a 3.312.732 unidades.
As más notícias se concentraram todas na segunda metade do ano. No primeiro trimestre de 2002, foram comercializadas 843.500 unidades, crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2001. No segundo trimestre, as vendas bateram cerca de 803 mil unidades, um incremento de 2,2%.

Já no terceiro trimestre a situação mudou radicalmente: foram vendidas 697 mil unidades, o que representa uma significativa retração de 20% em relação ao período equivalente do ano anterior. No último trimestre de 2002, foram comercializados cerca de 714 mil computadores pessoais – 15% a menos do que o resultado obtido no mesmo período de 2001.

As vendas de notebooks também apresentaram quedas. No ano todo, a comercialização de notebooks diminuiu 3%, totalizando 129,6 mil unidades comercializadas no Brasil ao longo de 2002. No último trimestre foram comercializadas 30.938 unidades, queda de 1% sobre o resultado do trimestre anterior e 10% sobre o último período de 2001.

Para o analista de mercado da IDC, Marcelo Quintãs, os fatores responsáveis pelos maus resultados do ano foram a alta do dólar e as incertezas eleitorais que fizeram com que muitas empresas congelassem os investimentos até uma definição mais clara da nova política econômica do País. “No final de abril o dólar começou a disparar e as vendas tiveram um comportamento inverso”, diz.

O setor que mais contribuiu para a queda das vendas em 2002 foi o de médias empresas (de cem a 200 funcionários), que comprou 41% menos PCs do que em 2001. Em seguida vieram as grandes empresas, que reduziram as aquisições de PCs em 30%.

“As multinacionais que dependem do panorama econômico e que estabeleceram um orçamento para as subsidiárias brasileiras sem considerar uma desvalorização tão grande do real frente ao dólar foram as que mais seguraram as compras”, afirma Quintãs.

O setor que mais comprou foi o mercado doméstico (usuário final), que respondeu por 35% das vendas de PCs no Brasil em 2002. Em seguida estão as pequenas empresas (de 11 a cem funcionários), que totalizaram 17% do mercado; pequenos escritórios (com até dez funcionários), que somaram 15% do mercado; e o governo, que adquiriu 13% de todos os PCs vendidos no Brasil no ano passado.

Mesmo assim, de maio até dezembro os segmentos doméstico e de micro e pequenas empresas mostraram um fraco consumo de PCs. Além do aumento dos preços, a obtenção de crédito ficou muito mais restrita, o que engessou o mercado.

Na segunda metade do ano, as entregas de PCs para o governo foram provenientes de licitações realizadas com verbas remanescentes do orçamento público da gestão FHC. As máquinas foram destinadas às pequenas prefeituras, secretarias, BNDES, ministérios e secretarias.

Para 2003, a expectativa não é muito melhor. Embora a IDC acredite que exista uma grande demanda reprimida, tanto para o usuário final como para o segmento corporativo, o cenário geral da economia não autoriza previsões otimistas.

IDG Now
 

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