Alemanha
pode perder matriz de fábrica de chips
A Infineon Technologies, segunda maior fabricante européia de chips,
acirrou o debate sobre a competitividade econômica da Alemanha hoje ao
repetir a ameaça de transferir sua matriz para o exterior a fim de evitar
a pesada carga fiscal do país.
A Infineon afirmou também
que vai cortar mais 900 empregos nos próximos meses, e implementará um
programa de corte de custos de 500 milhões de euros (US$ 551 milhões). A
companhia disse ainda que manterá presença significativa na Alemanha,
mesmo que transfira sua sede.
O grupo sediado em
Munique informou já ter decidido alterar a matriz de sua divisão de
chips automobilísticos para Villach, na Áustria, e que está estudando
locais na Ásia, nos Estados Unidos e na Europa, entre os quais a Suíça,
como possíveis sedes corporativas.
"Temos a sensação
de que provavelmente existem lugares mais estáveis do que a nossa atual
posição", disse o presidente-executivo da Infineon, Ulrich
Schumacher, em entrevista coletiva.
Ele informou que uma
decisão sobre o assunto pode ser tomada antes do fim do presente ano
fiscal, que vai até setembro, e afirmou que "as condições têm de
se tornar competitivas" para que a empresa permaneça na Alemanha.
Schumacher é crítico
aberto dos altos impostos alemães e disse muitas vezes nos últimos meses
que uma transferência da sede da companhia era possível em meio ao
debate nacional cada vez mais sério sobre os altos custos de operar na
Alemanha.
Suas mais recentes
declarações surgem no momento em que o primeiro-ministro alemão,
Gerhard Schroeder, tenta conquistar os oponentes esquerdistas de um pacote
de reforma econômica, que inclui cortes nos benefícios-desemprego e
medidas que tornariam mais fácil às pequenas empresas demitir funcionários.
A Infineon, que está no
vermelho há dois anos em meio à pior crise do setor de chips, anunciou
na semana passada prejuízo de 328 milhões de euros no primeiro
trimestre, em função da queda nos preços dos chips de memória.
Reuter
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