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Meio
milhão de empregos podem aportar no Brasil
O Brasil está entre os quatro países com mais atrativos para receber
transferência de empregos de empresas estrangeiras, de acordo com o
estudo Where to locate da consultoria A.T. Kearney. A pesquisa aponta que
as empresas norte-americanas de serviços financeiros planejam transferir
mais de 500 mil empregos para outros locais nos próximos cinco anos. O índice
representa 8% da força de trabalho deste setor nos EUA. No ranking, o
Brasil é o quarto mercado mais visado, atrás apenas da Índia, Canadá e
México. Abaixo do Brasil aparecem Filipinas, Hungria, Irlanda, República
Tcheca, Austrália, Rússia e China.
Conforme o estudo, essas operações ¿
conhecidas pelo nome de offshore ¿ estão se expandindo rapidamente no
mundo e alcançarão mais de US$ 11 milhões ainda este ano. A principal
razão para a transferência de empregos para outros países continua
sendo a redução de custos. "Estamos em um momento onde as organizações
precisam repensar suas formas de fazer negócios e a transferência de
operações está se tornando um conceito cada vez mais forte",
afirma Ivo Godoi, diretor associado da A.T. Kearney.
O estudo foi conduzido com
aproximadamente 100 firmas de serviços financeiros e reflete a opinião
de CEOs (presidentes e diretores), CFOs (executivos da área financeira) e
executivos da área administrativa. "O Brasil possui bases
relativamente sólidas, um custo de mão-de-obra reduzido e uma elevada
taxa de retenção de funcionários. Outra vantagem é a distância
relativamente pequena entre Brasil e Estados Unidos e pouca variação
entre fusos horários. Além disso, durante os últimos anos, o País
realizou grandes investimentos em infra-estrutura de tecnologia da informação
e telecomunicações", diz Godoy. De acordo com a pesquisa, cerca de
5% das companhias pesquisadas dizem que têm planos de transferir empregos
para o Brasil.
Foram avaliados os países com mais
atrativos para receber empregos baseando-se em critérios como presença
de corporações multinacionais, grau de desenvolvimento de tecnologia da
informação (TI), maturidade de processos de negócios e disponibilidade
de força de trabalho qualificada.
A transferência envolverá uma vasta
cadeia de funções internas de ponta tais como análise financeira,
elaboração de informes obrigatórios, contabilidade e até design gráfico.
Até recentemente, a transferência de empregos estava concentrada
basicamente nas funções de retaguarda como digitação de dados,
processamento de transação e centrais de atendimento. O estudo da A.T.
Kearney conclui que as recolocações poderão reduzir custos operacionais
de mais de US$ 30 bilhões. A Índia,
primeira colocada do ranking, destaca-se principalmente pela alta
qualificação de sua força de trabalho, impulsionada por iniciativas de
incentivo governamental na área de educação por computador. Segundo
colocado no ranking, o Canadá tem como vantagem a proximidade geográfica
e de fusos horários com Estados Unidos, limitadas barreiras de idiomas e
culturais e extensa mão-de-obra técnica treinada em TI.
Bem colocado no ranking, o México, além
das vantagens similares apresentadas pelo Brasil, tem como atrativo a língua
espanhola, que é importante para muitas empresas norte-americanas. De
acordo com o estudo, a principal diferença a favor do Brasil em relação
ao México é o baixo custo do trabalhador no Brasil. Xerox e Unisys são
exemplos de empresas que se comprometeram com o Brasil.
B2B Magazine
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