Bote de bolsa
O duck, novo tipo de barco inflável,
faz sucesso entre aventureiros e atletas
Há pensou em levar um bote no
porta-malas do carro? Ou ainda carregá-lo em uma mochila? Pois esta é uma das
propostas do duck, um bote inflável parecido com um caiaque que pode ser usado
em rios, represas, corredeiras ou no mar. O segredo para o fácil transporte são
as medidas. Vazio e enrolado, o flutuante de PVC ou hypalong (uma borracha
nobre) mede 50cm por 80cm. Inflado, comporta até duas pessoas, tem cerca de
3,5m de comprimento por 60 cm de largura, com peso médio de 25 quilos. A nova
versão do caiaque custa de R$ 1,4 mil a R$ 3 mil e vem acompanhada por remos e
uma pequena bomba de ar, que é acionada com os pés. Bastam 15 minutos para
encher e, para esvaziar, é só apertar as válvulas.
A novidade chegou ao Brasil há
alguns anos na mala do empresário José Roberto Pupo. Ele trouxe o produto dos
Estados Unidos para incrementar a programação de rafting (descidas de
corredeiras em barcos infláveis) da agência de esportes de aventura Canoar.
“No começo, importava os modelos. Com o tempo, fiz uma parceria com a fábrica
de embarcações Zefir, pioneira na produção de ducks no Brasil”, revela
Pupo. Atualmente, além da Zefir, três outros fabricantes – Flex Boat, Ar
Boat e Náutica – disputam o mercado nacional formado por consumidores
particulares (30%) e operadoras de esportes radicais (70%). “O cliente comum
procura o produto motivado por provas de aventura em que o ducking – nome dado
à prática do duck – é uma das modalidades”, explica Maria Marlene da
Silva, gerente de vendas da Ar Boat. O bote também costuma ser usado para pegar
ondas e brincar no mar ou em represas.
Além de divertir, o ducking
pode se aliar à fisioterapia. Depois de participar de um curso de manejo do
bote inflável, o cirurgião-geral Marcelo José Dutra adquiriu um exemplar para
relaxar e fortalecer a musculatura da coluna, traumatizada em um acidente. “É
uma terapia e uma fisioterapia. É mais vantajoso que o caiaque, pois não
prende meu corpo quando vira”, explica Dutra.
As comparações entre o novo
bote e o caiaque são inevitáveis. Até mesmo a origem do nome do moderno inflável
está ligada ao tradicional bote de fibra. “Dizem que o nome duck, pato, em
inglês, foi dado em alusão àqueles que temiam ficar presos ao caiaque”,
narra Marcelo Caetano, instrutor de ducking e rafting da Canoar. Nove anos
atuando como instrutor, Caetano aconselha usar colete salva-vidas também no
duck. “É mais fácil controlar este tipo de bote, mas com segurança não se
brinca”, diz.
Mariana Sodré
Abreu
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