Papel
eletrônico está mais próximo da realidade
O papel eletrônico, que
promete mudar a cara da indústria editorial e salvar florestas, ficou
mais próximo de se tornar realidade hoje, com a demonstração por
cientistas de uma nova tela eletrônica superfina e flexível.
Com 0,3 milímetro, a tela desenvolvida
por pesquisadores da E Ink Corporation, em Cambridge, Estados Unidos, pode
ser manipulada sem distorção da imagem e é um passo importante na direção
de jornais eletrônicos, computadores para vestir e cartões de identidade
inteligentes.
"É a coisa mais próxima do papel
eletrônico", disse à Reuters Yu Chen, engenheiro elétrico da E Ink
e cientista visitante da Universidade de Princeton.
Quando estiver completamente
desenvolvido, o e-jornal poderá exibir texto e imagens em preto e branco
e em cores com tecnologia sem fio. Comprar o jornal diário não será
mais necessário, pois o jornal eletrônico será atualizado pela Internet
ou por recursos sem fio.
"No atual formato, podemos receber
imagens e ler livros nessas telas", disse Chen, acrescentando que a
tela ainda é lenta demais para vídeo, por causa da velocidade nas mudanças
da "tinta" eletrônica.
A tela é formada por dois componentes: a
parte da frente muda de acordo com sinais eletrônicos e a parte de trás
é um circuito feito de transistores que controlam cada pixel que compõe
a tela. A fim de gerar o papel eletrônico, os transistores têm que ser
feitos de material muito fino e flexível. "No caso, usamos folhas de
aço inoxidável muito finas. Precisamos colocar uma camada de circuitos
eletrônicos na folha", disse Chen.
Chen, que publicou a pesquisa na revista
científica Nature, disse que o tamanho pode variar de um cartão
de visitas até uma tela de computador. A tela é ainda espessa demais
para ser dobrada em duas partes, mas Chen e sua equipe estão trabalhando
em uma versão mais fina. "Nosso trabalho demonstrou que podemos
fazer circuitos eletrônicos de alta qualidade em substratos muito
finos", concluiu.
Reuters
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