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E
quando o Viagra vai para a balada?
Tereza Melo Sousa
Chega a noite de sexta-feira e, com ela, baladas, namoro e... Viagra. A
popularização e o fácil acesso da pílula azul, que já é o
medicamento mais vendido no Brasil, fizeram com que algumas pessoas
perdessem a real idéia do que os remédios para impotência significam.
Já existem os
"viciados" em remédios para impotência, não apenas o Viagra,
que não saem de casa sem um comprimido no bolso. São pessoas que, na
maioria das vezes, não têm problemas de impotência mas que aderem a
medicamentos para dar uma "carregada" na performance.
Nesses casos, o principal
problema não é de ordem fisiológica, mas sim psicológica. "As
pessoas que tomam remédios para impotência sem orientação médica
correm sérios riscos de começar a depositar no medicamento uma energia
que não existe. A pessoa fica acreditando que só vai conseguir ter boas
relações sexuais se tomar Viagra ou outro tipo de remédio", alerta
a sexóloga Laura Müller, colunista do Terra Mulher. Laura acrescenta:
"Tomar só para turbinar o sexo pode não ser legal porque você pode
criar uma dependência do medicamento e até desenvolver uma dificuldade
em ter ereção sem o medicamento".
"As pessoas precisam
entender que transar não é uma coisa para toda hora. Quem toma Viagra
numa balada, quase sempre não está em condições ideais para uma
transa: bebeu demais ou está cansado, por exemplo. Por isso precisam do
remédio para conseguir ter ereção", esclarece Eric Roger
Wroclawski, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.
"O uso dos remédios
para impotência sem recomendação médica (com exceção dos pacientes
que usam medicamentos com nitrato) não acarreta riscos orgânicos",
atesta o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia. Por outro lado,
Eric Wroclawski é absolutamente contra o uso indiscriminado do Viagra e
similares: "As pessoas têm de voltar a sentir emoções antes de
fazer sexo. É uma coisa mais completa que uma simples penetração. Exige
envolvimento emocional. Muitas das pessoas que usam remédio para impotência
em baladas, se estivessem numa relação sexual completa, com afetividade,
talvez não precisassem dele".
Ainda de acordo com o
urologista, "o uso desses remédios sem necessidade causam um dano
que é criar um atalho não ideal nas relações sexuais. Em vez de todas
as etapas do sexo, inclusive a do envolvimento emocional, tem-se atos
exclusivamente carnais e só a parte final da relação".
Em suma, o que deve ser
ressaltado em se tratando do uso "recreativo" dos remédios para
impotência é o risco da dependência. Para quem não sofre de impotência
¿ 90% da população masculina ¿ o ideal é transar naturalmente, sem o
uso de medicamentos, participando de todas as etapas de uma relação
sexual. "Transar é um jogo completo e inclui a etapa
emocional", diz Eric Wroclawski. Em vez de se preocupar com remédios
para incrementar a performance, deve dar atenção à camisinha e aos métodos
anticoncepcionais. É muito mais vantajoso.
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