Banco
faz operação através de partículas quânticas
A primeira transferência bancária mundial por meio de um sistema de
codificação quântica foi realizada com êxito hoje em Viena por uma
equipe chefiada pelo físico austríaco Anton Zeilinger. Zeilinger,
diretor do Instituto de Física Experimental da Universidade de Viena,
realizou este teste para demonstrar a utilidade da jovem área científica
da criptografia quântica na vida cotidiana.
O experimento foi
desenvolvido a cargo da Prefeitura da capital austríaca e enviou dados
codificados para uma operação bancária de um dos escritórios da sede
municipal a uma filial de Bank Austria situada em Schottengasse, cerca de
500 metros de distância em linha reta. A transferência aconteceu com êxito,
apesar de contar com uma margem de erro "relativamente alta", de
6%, ainda abaixo dos 11,4% que teriam feito fracassar a operação.
Uma vez ratificada a
validade da operação, o Bank Austria doou 3 mil euros à Universidade de
Viena para projetos de pesquisa. Com o sucesso do envio dos dados ficou
demonstrado que os chamados "fótons cruzados" têm muitas
vantagens: em primeiro lugar, cada partícula quântica tem forma única,
por isso sua decodificação é praticamente impossível.
Esta tecnologia também
pode ser utilizada para que um determinado dado seja decodificado em dois
lugares ao mesmo tempo e que a transmissão de informação termine nesse
momento. A alta sensibilidade das partículas subatômicas faz com que o
software que guia a operação o detecta imediatamente se o sistema pelo
qual se transportam os dados é interferido por alguém, por mínima que
seja essa interferência.
Para a codificação dos
dados, não para a transação financeira, um laser produziu um cristal
com dois "fótons cruzados", uma das partículas foi armazenada
em um cabo de fibra de vidro e enviada à matriz, enquanto o outro fóton
permaneceu na filial.
Tanto no receptor como no
emissor, os dados dos estados das partículas se transformaram em um código
de zeros e uns. A chave para decifrar este código também é gerada ao
mesmo tempo bit a bit e enviada por fibra de vidro.
O professor austríaco
Anton Zeilinger recebeu no passado prêmio por demonstrar, pela primeira
vez na prática, que se pode transferir um estado quântico entre duas
partículas distantes entre si, um fenômeno similar ao que se vê nos
filmes de ficção científica como "Jornada nas Estrelas", nos
quais algo desaparece de um lugar e reaparece imediatamente em outro
distante, algo impossível de acordo com a física de Newton.
EFE
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