|
EUA
vão testar implante de chip em cérebro humano
A Food and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta o uso de
medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, aprovou o teste clínico de
implante de chips no cérebro humano, que será usado em pacientes com
algum tipo de paralisia. Com a autorização para os testes, controlar máquinas
pelo pensamento pode em breve deixar de habitar apenas as histórias de
ficção científica.
O sistema, desenvolvido
pela empresa Cyberkinetics de Foxboro, Massachussets, tem como ponto de
partida o implante de um microchip de quatro milímetros quadrados no cérebro.
Conforme publicado pela AP, se o tratamento funcionar, dentro de três
a cinco anos os pacientes poderão dar ordens para um computador apenas
pensando nas instruções desejadas.
O avanço é umas das
mais promissoras tentativas de melhorar a vida de vítimas de derrames e
outras doenças debilitantes. "Um computador é a chave para tudo que
esses pacientes gostariam de fazer, incluindo estimular os músculos com
impulsos elétricos", disse o executivo-chefe da Cyberkinetics, Tim
Surgenor.
O tratamento desenvolvido
pelo neurocientista John Donoghue, fundador da Cyberkinetics, chamou a
atenção por causa de uma pesquisa com macacos, publicada em 2002 na
revista Nature. No estudo, foram implantados chips na região
cerebral responsável pela coordenação motora de três macacos rhesus.
Os animais então deviam manipular um controle com as mãos, para que
assim pudessem ser registrados os sinais.
A partir dos resultados
foi criado um software que tornava possível aos primatas controlar um
cursor de computador utilizando o cérebro. De acordo com os responsáveis
pela pesquisa em seres humanos, a idéia é mapear a atividade neural para
descobrir quais sinais a mente envia quando quer fazer um movimento.
O implante, chamado Brain
Gate, ou "portão do cérebro", contém minúsculos pregos de 1
mm "conectados" ao cérebro para registrar a atividade de um
grupo pequeno de neurônios. O problema é que a monitoração dos sinais
será feita através de fios ligados ao chip, o que pode causar infecção.
Para tentar contornar o risco, uma versão sem fio do sistema está em
fase de pesquisa.
Terra
|