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China dá acesso instantâneo
a sites pornôs
CLÁUDIA TREVISAN
da Folha de S.Paulo, em Pequim
Apesar do bloqueio de milhares de sites no país e da campanha oficial contra a
pornografia, a internet na China dá acesso instantâneo a páginas de sexo explícito,
que cobram por seus serviços nas contas de telefones celulares ou de cartões
de crédito.
O governo chinês enfrenta a contradição de abrir o país ao capital
estrangeiro e, ao mesmo tempo, tentar manter o controle sobre o tipo de informação
a que a população do país têm acesso.
A internet é o mais recente alvo da ofensiva governamental. Na última
sexta-feira, o Ministério da Indústria da Informação anunciou que irá
iniciar uma nova campanha para bloquear sites "ilegais", entre os
quais se encontram os pornográficos.
Para tentar evitar a cobrança de serviços pelas contas de telefone, o ministério
vai fiscalizar as taxas administradas pelas companhias de telecomunicações e
fixar um padrão para as atividades consideradas legais.
O ministro da Indústria da Informação, Wang Xudong, disse à agência de notícias
oficial Xinhua que a falta de fiscalização provocou o aumento de informações
"violentas e pornográficas na internet, que podem envenenar a mente dos
mais jovens".
O governo já impôs uma série de restrições ao acesso de menores de idade
aos cibercafés. Só maiores de 16 anos podem usar os serviços, mediante a
apresentação de carteira de identidade.
Também foram fechados 8.600 lugares com acesso à internet desde fevereiro e
suspensas as autorizações para abertura de empresas que oferecem esse serviço.
Mas os que têm acesso privado a computador podem acessar sites pornográficos
sem problemas. Uma busca no Yahoo! com a palavra "sex" traz como
resultado 5,14 milhões de páginas em inglês e chinês simplificado. Se a
busca é só em inglês, o número aumenta para 64,9 milhões. Com a palavra
"porn", o resultado é de 1,45 milhão e 21,7 milhões,
respectivamente. Nas tentativas realizadas pela Folha, os sites puderam ser
abertos sem problemas, o que nem sempre ocorre nas páginas que trazem informações
ou notícias que desagradam ao governo.
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