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Para que mesmo serve o
menu de navegação?
Menus de navegação são tão obviamente importantes que a gente chega a
esquecer de mantê-los sempre aperfeiçoados. Aproveite a dica e reavalie se o
seu está transmitindo a coisa certa.
Paulo Renato
Nada mais perigoso do que aquelas coisas que, de tão óbvias, ninguém mais
pensa a respeito. Foi o que aconteceu com os menus de navegação, cujo nome já
tenta nos confundir.
Apesar do papel fundamental que desempenha no nosso ir e vir na web, o menu tem
funções muito mais sutis do que a simples navegação. Ele é, em si, a
estrutura de um site, o resumo de seus conteúdos. O menu nos diz rapidamente,
em um passar de olhos, se é naquele site que queremos estar ou não. Quer ver
como?
Imagine que você fez uma busca e caiu em um site que conhece, de nome estranho
e logomarca que não lhe diz nada. No menu estão as opções Política,
Economia, Esporte, Cultura. Você imediatamente
associa o site a notícias online, mesmo desconhecendo a editora, ou o jornal.
Outro exemplo: continuando a sua pesquisa, surge na tela uma daquelas
janelas-surpresa, com um logotipo escrito Quentinhas e uma tela de
login. Meio na dúvida se é outro site de notícias, você olha o menu com as
opções Mulheres, Homens, Casais, Fetiches.
Você imediatamente sabe se quer ver aquele site ou não...
Os exemplos deixam clara a importância da mensagem que o menu passa, mesmo
quando o usuário não navega através dele. Se o menu diz ao usuário o que
esperar do site, não podemos deixar que ele transmita a expectativa errada.
Portanto, não deixe no menu apenas a opção Serviços quando você
pode mostrar imediatamente o que a sua empresa tem a oferecer.
Labels
É essencial utilizar termos adequados nos menus. Se “escrever é cortar
palavras”, redigir menus é para verdadeiros literatos. É necessário
transmitir com precisão o assunto que o usuário encontrará ali dentro, que
pode ser mais ou menos amplo. Também é preciso ser atraente como em uma
chamada publicitária (afinal, nós queremos que o usuário navegue), mas com um
quinto do espaço e dividindo o menu com outras dez chamadinhas.
Mas calma: para quem, como eu, não tem a pretensão de ser um Drummond, existem
os testes de usabilidade e a análise de cliques no menu. Testando algumas opções
ficará claro o melhor termo a ser utilizado.
Amplitude do conteúdo
O usuário deve saber do que a sua empresa é capaz. Não deixe que ele passe
pela home sem ter uma pincelada de tudo que você faz, mesmo que agora ele não
esteja procurando por isso. É como no supermercado: o consumidor acaba se
interessando por coisas que não estavam na lista. E se for algo que ele não
quer agora, mas de que já precisou algum dia, vai pensar: “Ora, quando eu
precisar disso, já sei onde tem.”
Profundidade do conteúdo
Na hora de decidir que opções estarão presentes no menu, lembre-se que o usuário
não sabe tanto da empresa quanto você. Voltando ao exemplo, não coloque
apenas o link “Serviços”, se você pode colocar cada um deles. Se forem
muitos, agrupe-os sob termos significativos em cada área. Se isso não for possível...
bem, nem tudo é perfeito. Mas ao menos tenha consciência da importância da
decisão, não a deixe passar despercebida.
Menus abertos
Os menus dinâmicos (aqueles que você passa o mouse e abre sub-opções, também
chamados de menus hierárquicos) às vezes resolvem o problema de espaço na
tela. Mas para que eles funcionem é preciso que a separação dos temas seja
muito precisa. Em um menu aberto, com todas as opções visíveis, é fácil
correr os olhos e localizar o que se deseja. Em menus dinâmicos ele precisar
“procurar” a informação passando o mouse sobre cada uma das opções.
Além disso é mais fácil para o usuário memorizar itens do que caminhos. Com
o menu aberto, isto é, com as opções diretamente disponíveis, o usuário
memoriza um item, enquanto no menu dinâmico ele é obrigado a memorizar um
caminho. Em visitas subseqüentes o internauta pode ter problemas para chegar na
informação que já havia encontrado antes. Quantas vezes você já chamou um
amigo para visitar um site e ficou repetindo: “Estava aqui... ah, não, acho
que era por aqui. Onde é que ficava? Era um link chamado ‘Peça o seu’...
”.
Estatísticas
É muito importante testar diversos termos para as opções de menu e diversas
disposições de hierarquia e formato. As taxas de clique podem revelar soluções
surpreendentemente simples ou inesperadas. Mas a análise deve ser criteriosa,
para evitar que os números nos enganem. É importante ponderar os resultados,
considerando que aspectos como tamanho de mercado influenciam o resultado.
O número de cliques na opção “CDs” do seu shopping pode ser muito maior
do que na opção “Equipamentos Hospitalares”; no entanto uma análise da
participação de mercado por nicho pode revelar que o seu grande forte são os
equipamentos hospitalares!
Além disso, uma baixa taxa de clique em uma opção de menu pode revelar
problemas que vão além da usabilidade do site. Se a opção de menu que
representa o core business da empresa tem uma baixa taxa de clique, será
que o usuário não está vindo para o site com uma expectativa diferente sobre
seus produtos e serviços?
Será que o posicionamento da empresa está sendo comunicado de forma adequada?
Será que a comunicação offline não está sendo veiculada nos lugares
errados, atraindo médicos quando deveria trazer administradores de hospitais? Aí
o problema pode ser mais abrangente e merece ser discutido com o departamento de
marketing e a agência de propaganda.
Certamente todos esses cuidados – e muitos outros – não resolverão os
problemas com relação aos menus. O trio arquiteto de informação-redator-designer
estará sempre encurralado entre as limitações de espaço na tela (afinal, há
outros elementos a apresentar, além do menu) e o foco no negócio do cliente
(tente mostrar tudo e você não mostrará nada).
Mas as limitações sempre acontecem em qualquer peça publicitária. O
essencial é ter consciência das escolhas que estão sendo feitas a cada etapa
do processo, e ter certeza de que essa é a escolha da empresa. É importante
saber que aquele espacinho ali na esquerda, que somos obrigados a usar, está
representando tudo que pode representar. [Webinsider]
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