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Cientistas criam "joystick"
para jogar com o pensamento
da Folha Online
Voluntários com implantes de eletrodos na superfície do cérebro conseguiram
controlar um videogame apenas com o pensamento, relataram pesquisadores
norte-americanos.
De acordo com artigo publicado na edição de ontem da revista "Journal of
Neural Engineering", quatro voluntários só precisavam pensar na palavra
"mova-se" para acionar o jogo.
"Estamos usando imaginação pura. Estas pessoas não estão movendo seus
membros", disse Eric Leuthardt, neurocirurgião do Hospital Barnes-Jewish
que é um dos responsáveis pela pesquisa.
O trabalho de Leuthardt e de seu colega Daniel Moran, da Universidade de
Washington, soma-se a muitas pesquisas que têm como objetivo permitir que as
pessoas controlem computadores e máquinas usando apenas a mente. Mas o estudo
ainda pode ajudar pessoas paralisadas por doenças ou acidentes.
De acordo com os pesquisadores, os voluntários eram todos epilépticos e
tiveram seus crânios operados para a inserção de 32 eletrodos na região do córtex
sensorial motor e de outra chamada área de Broca.
Além do trabalho com o controle mental de computadores, Leuthardt e Moran
pretendiam localizar a origem dos ataques epilépticos, de modo que a conexão
com esta região do cérebro pudesse ser cortada na esperança de uma cura.
De acordo com os pesquisadores, bastou um rápido treinamento de seis minutos
para que os voluntários aprendessem a controlar o cursor do computador.
"Os pacientes puderam jogar usando sinais que vinham da superfície do cérebro",
disse Moran, acrescentando que eles foram capazes de atingir os alvos com uma
precisão que variou de 74% a 100%.
O maior problema da pesquisa é que os eletrodos ainda são conectados aos
computadores por meio de fios. Por isso, os pacientes foram obrigados a
permanecer na cama por duas semanas.
"Não podemos manter os fios ligados diretamente do cérebro para o mundo
exterior por causa do crescente risco de infecção, disse Leuthardt. "É
por isso que precisamos criar um sistema sem fios", afirmou.
Com Reuters
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