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Nova
linha de equipamentos portáteis pode ser
vestida
MARIANA
BARROS
Free-lance para a Folha de S.Paulo
Se MacGyver, herói do seriado "Profissão:
Perigo", tivesse um computador portátil,
poderia ser algo parecido com o Atigo, modelo
lançado pela Xybernaut,
fabricante de equipamentos móveis e pioneira
na área de tecnologias que podem ser
vestidas.
Resistente a temperaturas de até 60º C, o
aparelho pode ser arremessado ao chão sem
sofrer dano nenhum e nem sequer tremer a
imagem exibida na tela. A demonstração foi
feita pelo vice-presidente da empresa, Brad
Chitty, que, em visita ao Brasil, falou à Folha
com exclusividade.
Compacto, o Atigo tem o formato de um tablet
(espécie de palmtop estendido). A tela de
cristal líquido, sensível ao toque, permite
ao usuário tomar notas ou digitar usando o
teclado virtual exibido na metade inferior da
tela. Para quem preferir, também é possível
conectar um teclado real ao aparelho.
Compatível com Windows e Linux, ele tem conexão
sem fio, filma e fotografa com uma câmera
digital acoplável, possui GPS, faz ligações
via internet (VoIP), exibe canais de televisão,
reproduz MP3, CD, DVD, games para PSP2 e Xbox
e, segundo a empresa, em breve poderá acionar
a polícia com o apertar de um botão.
Além disso, a tecnologia RFID embutida
permite identificar e monitorar objetos por
radiofreqüência, função utilizada por usuários
empresariais como a FedEx para controlar o trânsito
de mercadorias, ou governamentais como o Exército
e a polícia dos Estados Unidos, para o
rastreamento de materiais.
Bateria
Se a quantidade de funções impressiona, a
bateria, com três horas de duração, pode
deixar a desejar. Ainda mais quando o grande
atrativo do Atigo, a sexta geração de
aparelhos desenvolvidos nessa categoria, é a
mobilidade.
Uma armação de borracha com alça elástica
permite que seja fixado à mão e utilizado
sem que o usuário precise sentar-se. E basta
ligar fones de ouvido Bluetooth para se sentir
vestindo um computador. Uma espécie de tripé
de metal permite colocá-lo junto ao painel do
carro e obter informações sobre trânsito
por meio de um serviço baseado em GPS.
Há outros tipos de suporte e bolsas para uso
no escritório, no avião e até ao ar livre,
já que o Atigo é à prova de respingos e sua
tela pode ser vista mesmo sob a luz do sol. O
preço varia entre US$ 2.000 e US$ 3.000.
Monóculo
Mais caro, o Poma é um monóculo de US$ 15
mil que tem, no lugar da lente, uma tela de
computador em miniatura. A armação é presa
na altura da testa, e um bastão sensível ao
toque que cabe na palma da mão funciona como
mouse. O computador --uma pequena caixa de
metal-- pode ser preso ao cinto.
O Poma é a nova geração da linha pioneira
em computadores para vestir da empresa
--estruturas que prometem deixar as mãos
livres e permitir livre trânsito do usuário.
"A finalidade dos produtos da Xybernaut
é fazer com que as pessoas andem por aí
conectadas", disse Chitty.
A linha inclui camisetas com tela de cristal líquido,
cintos, casacos, coletes e acessórios para
carregar equipamentos eletrônicos junto ao
corpo, motivo que levou a empresa a visitar a
São Paulo Fashion Week.
"Os computadores para vestir estão se
tornando uma tendência e sendo cada vez mais
incorporados pela moda", afirmou Chitty
sobre produtos como os recém-lançados óculos
com toca-MP3 da Oakley ou o casaco com
Bluetooth e toca-MP3 da O'Neill.
"Isso, porém, não nos preocupa. Pelo
contrário, eu torço para que aconteça.
Todos os produtos da Xybernaut são
patenteados. Se a concorrência quiser fabricá-los,
terá de nos pagar uma licença."
A Xybernaut também possui ações na bolsa
eletrônica Nasdaq, com valores que já
oscilaram de US$ 0,19 a US$ 30. Segundo Chitty,
a expectativa é que os negócios decolem este
ano.
"Passamos a investir não só em clientes
empresariais mas também em consumidores
comuns, que estão sendo conquistados aos
poucos", conta. "Acredito que as
pessoas já exploraram os notebooks existentes
à exaustão. O próximo passo será
adquirirem aparelhos que consigam ir mais além,
algo como o que fabricamos", aposta.
Segundo Chitty, os próximos lançamentos da
empresa terão agregado às demais funções o
comando de voz, o que promete ser,
literalmente, a última palavra em mobilidade.
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