Philips
descobre novo material para chips de memória
A holandesa Philips Electronics anunciou hoje que seus pesquisadores
descobriram um novo material que poderá ser usado na produção de chips
de memória com circuitos ultrafinos. O novo material precisa de voltagem
muito baixa para alternar entre as fases "ligado" e
"desligado", maneira pela qual as informações podem ser
guardadas em um chip. Isso torna o material útil para ser usado em
futuros processadores que trabalharão com menos energia que os chips
atuais.
O material é capaz de manter os dados
arquivados mesmo depois que a energia do chip for desligada, como ocorre
de maneira semelhante com os chips de memória flash usados hoje em dia em
câmeras digitais e players portáteis de música.
"Ao contrário de tecnologias de memória
existentes como a memória Flash, o desempenho dessa nova tecnologia
melhora, em praticamente todos os aspectos, à medida que seu tamanho se
reduz", informou a Philips Research em comunicado, antecipando a
publicação do estudo na revista Nature Materials em abril.
O material atenderá aos requisitos de
memória que precisa ser inserida em chips por volta de 2007 ou 2008.
Nessa altura, os processadores terão circuitos de apenas 50 nanômetros,
ante a tecnologia de 90 nanômetros que domina o mercado hoje em dia. Um
nanômetro é um milionésimo de milímetro.
O material usado é uma liga
semicondutora de antimônio e telúrio, que alterna seu estado quando uma
corrente elétrica flui por ela, e depois mantém o novo estado até o próximo
fluxo de corrente. Materiais que alteram fases já são usados em CDs e
DVDs regraváveis.
Outra vantagem do novo material é que
produzi-lo é barato e a alternância entre fases é muito rápida. "É
100 ou 200 vezes mais rápida do que o tempo necessário para programar
uma célula de memória Flash, tornando o material atraente como
substituto de (memória) DRAM em certas aplicações", afirmou a
Philips, terceira maior fabricante de chips da Europa e nona maior do
mundo.
A memória DRAM, usada em computadores
pessoais, é um tipo de memória que não "lembra" os dados
quando a energia é desligada, mas é mais barato produzir esse tipo de
chip do que a memória flash.
Reuters
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