Internautas
decifram texto secreto do Pentágono
Na Itália começou a circular a notícia de que alguém havia conseguido
decodificar um relatório censurado pelo Pentágono - sobre a morte no
Iraque do agente Nicola Calipari. Acreditava-se que o incidente era
resultado da ação de um hacker. Não era.
O documento, com detalhes
secretos importantes - como o nome do soldado autor dos disparos contra o
carro em que Calipari viajava após ter libertado a jornalista Giuliana
Sgrena - , podia ser lido na íntegra com apenas dois simples cliques do
mouse.
Horas após o governo
americano ter publicado o relatório em seu site, alguns internautas
italianos descobriram que podiam ver os páragrafos escondidos por uma
lista negra ao copiar o texto do site e colá-lo num documento do Word.
Salvatore Schifani,
especialista em tecnologia de 30 anos, encontrou o relatório às 3h (horário
local) da madrugada de sábado. Ele disse que tinha acabado de chegar em
casa após ter saído para curtir a noite e queria checar as últimas notícias
antes de dormir.
"Eu brinquei com o
meu computador, marcando o texto, e descobri que as palavras ainda estavam
sob os trechos encobertos", disse ele à rádio via internet
Repubblica. "Fiquei muito surpreso, porque a melhor forma de manter
essa informação indisponível era nem tê-la escrito em primeiro lugar,
em vez de incluí-la e depois tentar escondê-la de uma forma tão
boba", acrescentou.
A gafe pode ter sido um
engano de alguém que processou o texto que foi colocado no ar utilizando
o programa Acrobat. Um simples comando teria bastado para que as partes
cobertas em negro não pudessem ser lidas como de fato foram.
Na tarde de
segunda-feira, o relatório havia sido retirado do site do Pentágono.
Schifani parecia não se importar muito com a descoberta que fez por
acaso. "Nem me preocupei em avisar muita gente, apenas mandei alguns
emails para um par de grupos de discussão. Eu não estava buscando a
fama", disse ele à rádio.
"Eu dei risada de
tudo isso - mas também fiquei pensando se não teria sido um engano
voluntário."
BBC Brasil
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