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Fascinado por inovação,
brasileiro impulsiona 10 anos da web
JULIANA CARPANEZ
da Folha Online
Há dez anos, os brasileiros passaram a ter acesso à internet comercial --até
então, esta ferramenta era utilizada principalmente no ambiente acadêmico.
Desde 1995, formou-se no país um perfil de internauta com características
regionais, que se mostrou bastante receptivo às novidades oferecidas pela web.
"A curva de absorção da internet está ligada à história recente do
Brasil. Durante muitos anos, os brasileiros tiveram de sair do país para
conhecer novas tecnologias. Por isso, eles aderiram rápido a essa ferramenta
que dá acesso às novidades de todo o mundo", afirma Antonio Tavares,
presidente da Abranet
(Associação Brasileira dos Provedores de Acesso) e conselheiro do Comitê
Gestor da Internet no Brasil.
A curiosidade criada em torno da rede fez com que os internautas brasileiros
embarcassem em peso no universo virtual na segunda metade da década de 90. Para
especialistas, essa forte adesão é uma característica comum entre os
brasileiros --povo menos cauteloso do que o europeu, por exemplo, na hora de
experimentar novidades.
Conforme ganharam intimidade com a internet, os usuários criaram páginas
nacionais, com marca própria. "A internet brasileira é mais criativa e
comunicativa do que em outros países", afirma Bob Wollheim, um dos
brasileiros pioneiros nesta área, que montou a produtora Yes!Design em 1995.
Hoje, Wollheim é responsável pelo FotoSite
e a página de empreendedorismo EmpresaBrasil,
entre outras iniciativas.
Recursos de comunicação, de fato, estão entre os mais populares da internet
brasileira. Os internautas locais lideram a lista dos que mais usam
comunicadores instantâneos, dominam o site de relacionamento Orkut e também os
endereços para postagem de blogs e fotologs.
Wollheim classifica o número de internautas locais como "fantástico",
se considerados os fatores econômicos e sociais do país --segundo o Ibope/NetRatings,
cerca de 32 milhões de brasileiros têm acesso à internet. "Se tivéssemos
as mesmas condições que os EUA, por exemplo, certamente seríamos o país líder
no uso da internet", diz.
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