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Documentário exibido no
Brasil retrata pornografia on-line
MARIANA BARROS
da Folha de S.Paulo
A facilidade com que se pode acessar material pornográfico pela internet é
tamanha que, em alguns casos, influencia não só o comportamento sexual mas
também a maneira como os relacionamentos podem se estabelecer na vida real.
O documentário "Cyberporn", produzido pela rede de TV americana ABC e
que será exibido pelo GNT nesta sexta-feira, às 21h, aborda o problema sob o
ponto de vista masculino, apresentando depoimentos de homens que se tornaram
viciados em pornografia virtual.
Absortos em fotos eróticas, vídeos de sexo explícito e transmissões on-line,
em que garotas fazem performances em frente a uma webcam, eles chegam a gastar
mais de dez horas ininterruptas com os olhos grudados no monitor. O resultado
disso, muitas vezes, é o divórcio ou a perda do emprego --e ainda assim eles
confessam o quanto é difícil conseguir parar.
Em vez de viver relacionamentos reais, esses homens se refugiam em relações
virtuais, nas quais nunca sofrem nenhum tipo de rejeição. Não precisam
seduzir nem sequer agradar. Podem realizar qualquer fantasia sexual e exercer
controle absoluto sobre cada etapa da relação.
A mulher, nesses casos, é apenas uma ferramenta para que obtenham prazer. O
programa mostra que a satisfação que o sexo on-line proporciona é tamanha
que, para alguns, substituiu a necessidade de ter relações reais.
Mulheres que descobriram que seus maridos eram viciados em ciberpornografia também
contam suas histórias. Muitas nem sequer desconfiavam do vício do parceiro. Na
maioria das vezes, a vida sexual do casal havia se tornado escassa ou
inexistente.
O problema se torna ainda mais grave quando alguns homens confessam acessar
sites que contêm pornografia infantil. Para os viciados em cibersexo, parece
ser tênue a fronteira entre o sexo adulto virtual e a pedofilia.
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