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Crimes
online são mais sofisticados que proteções
Em uma conferência em Memphis, nos Estados Unidos, o vice-presidente de
prevenção de fraudes na Visa, John Shaugnessy, e a vice-presidente de
serviços de risco e segurança na MasterCard International, Suzanne Lynch,
disseram que quadrilhas do crime organizado têm obtido sucesso em usar a
Internet e programas conhecidos como "crimeware" para contornar
as defesas que as administradoras de cartões de crédito adotaram contra
eles.
Shaughnessy disse que
dados do FBI mostram que o número de reclamações de crimes que envolvem
cartões de crédito e Internet saltou 66% em 2004 e a média de prejuízo
passou de US$ 800 em 2003 para US$ 2,4 mil em 2004.
Parte desse crescimento
deve-se à expansão do número de negócios que são fechados pela
Internet disseram Lynch e Shaughnessy. Mas parte também deve-se ao
aumento de sofisticação dos criminosos. "Nós construímos um muro
de dez metros e os bandidos montam uma escada de 11", disse Lynch.
O quadro que os
especialistas apresentaram é o de uma escalada na luta entre comércio e
criminalidade, com pouca esperança de alívio rápido para os
consumidores preocupados com roubo de identidade ou para os investidores
em bancos que emitem cartões e se preocupam com o custo crescente das
medidas de segurança.
As operadoras de cartões
de crédito estão enfrentando redes criminais dispersas e difíceis de
identificar, responsáveis por boa parte das fraudes, disseram eles.
"Eles são bons, muito bons, naquilo que estão fazendo", disse
Shaughnessy aos participantes da Bank Card Conference, "e estão
alguns passos à nossa frente em uma ou duas áreas. Aprenderam o que
precisavam sobre o sistema de pagamentos e, por causa deles, muita gente
perde o sono."
Lynch lembrou o caso em
que a Cruz Vermelha começou no início deste mês a emitir cartões de débito
MasterCard para ajudar as vítimas do furacão Katrina. Um fotógrafo de
jornal tirou uma foto de um dos beneficiados pelo programa enquanto ele
segurava o cartão. A foto rapidamente foi parar na Internet e o cartão
corrompido. "Em oito horas o cartão havia sido fraudado", disse
Lynch. "Alguém viu a foto e, infelizmente, o usuário do cartão não
bloqueou o número. Com isso, alguém acabou usando o cartão de maneira
fraudulenta."
A avaliação pessimista
surgiu um dia depois que a Symantec, maior produtora de software de
segurança do mundo, divulgou relatório segundo o qual os hackers já não
são mais um grupo formado por adolescentes invadindo sistemas por
passatempo, mas sim membros de quadrilhas do crime organizado que procuram
acesso a informações pessoais de internautas.
A Symantec informou que
os vírus criados para capturar informações confidenciais respondem por
três quartos dos 50 principais vírus, worms e cavalos de Tróia
identificados no primeiro semestre do ano, ante 54% no segundo semestre de
2004.
Reuters
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