Pesquisa confirma autenticidade do 1o. cachorro clonado

Seu polêmico criador foi desacreditado no mundo científico, mas o "afghan hound" batizado de Snuppy é realmente o primeiro cachorro clonado da história, confirmaram cientistas na quarta-feira.

Um grupo de especialistas da Universidade Nacional de Seul e pesquisadores dos Estados Unidos realizaram experiências semelhantes de DNA com amostras sanguíneas de Snuppy, do cão que doou as células e da fêmea que o carregou no útero.

Eles afirmaram que os resultados comprovaram que o cachorro foi clonado, numa pesquisa liderada pelo cientista sul-coreano Hwang Woo-suk, que caiu em desgraça após vários escândalos.

"Os dados são coerentes com o fato de Snuppy ser um clone genético do cachorro doador, Tai", disse Elaine Ostrander, do Instituto Nacional de Pesquisa sobre o Genoma Humano, em Bethesda, Maryland, nos EUA.

As conclusões da equipe de Ostrander e da Comissão de Investigação da Universidade Nacional de Seul haviam sido anunciadas em janeiro, mas as pesquisas que levaram a ela foram publicadas na edição mais recente da revista Nature.

As dúvidas sobre a autenticidade de Snuppy surgiram quando investigações mostraram que Hwang havia falsificado estudos nos quais afirmava ter clonado embriões humanos para obter células-tronco. Foi uma das maiores fraudes científicas da história recente. Snuppy, uma contração da sigla da Universidade Nacional de Seul (SNU) com a palavra puppy (filhote de cachorro), nasceu no ano passado, depois de uma gestação normal. Ele foi criado com a transferência nuclear para uma célula somática.

A clonagem é realizada com a extração do material genético do animal que está sendo clonado e com sua colocação num óvulo doado, cujo núcleo tenha sido removido. O óvulo é ativado para agir como se tivesse sido fertilizado, formando um embrião, que é então transferido para o útero de uma fêmea. A equipe de Ostrander utilizou amostras sanguíneas fornecidas pela Coréia e amostras de DNA de 11 "afghan hounds" registrados no Kennel Club Americano.

A comissão sul-coreana também usou amostras da autópsia do cão que forneceu o material genético utilizado para criar Snuppy.

(Reportagem de Patricia Reaney)
  Reuters

 

 

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