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China julga homem que "incitou a
subversão" na Web
A China começou na quarta-feira o julgamento do dissidente Li Jianping,
acusado de "incitar a subversão do poder do Estado" depois de postar
comentários em sites chineses que operam no exterior, disse o advogado
do réu.
A polícia conduziu uma busca no
escritório de Li em Zibo, na província de Shandong, leste do país, em
maio do ano passado, na forma de "inspeção de segurança na Internet".
Ele foi acusado inicialmente de ter "material indecente" ¿ou seja,
pornografia¿ em seu computador, mas a acusação mais tarde foi alterada
para subversão política.
Um funcionário do tribunal
intermediário de Zibo preferiu não comentar ou confirmar o julgamento. O
advogado de Li, Zhang Xingshui, informou à Reuters que seu cliente
continuava a se declarar inocente. "A intenção de Li ao escrever os
artigos era ajudar o governo a resolver problemas e construir uma
sociedade harmoniosa, o que é parte de seu direito à liberdade de
expressão tal qual definido pela constituição", disse Zhang em
entrevista telefônica. "Uma previsão otimista seria a de que Li seja
sentenciado a cinco anos de prisão ou menos", afirmou Zhang.
Ele declarou que não havia um
veredicto, ao final da audiência de quarta-feira, e que espera uma
decisão dentro de duas semanas. Li, 40, tomou parte das manifestações
pela democracia na praça Tiananmen, em 1989. Ele é parte do grupo cada
vez maior de cidadãos chineses detidos porque se manifestam
politicamente na Internet.
Em março, um tribunal chinês decretou a
prisão de Ren Ziyuan, professor na província de Shandong, por publicar
opiniões adversas sobre o governo na Web. Zhao Changqing, outro
dissidente chinês aprisionado, está em confinamento solitário depois de
se recusar a participar de exercícios militares na prisão e de discutir
com um dos guardas, segundo a Human Rights in China, organização de
direitos humanos sediada em Nova York.
Zhao foi condenado a cinco anos de
prisão em 2003 por "incitar subversão do poder estatal", ao participar
de uma carta aberta ao Parlamento chinês divulgada pela Internet e
assinada por quase 200 intelectuais, segundo a organização.
Reuters |