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Cientistas japoneses
fazem Mona Lisa "falar"
"Minha verdadeira identidade está envolta em mistério", diz o
quadro
O sorriso da Mona Lisa pode continuar um
mistério, mas graças a uma pesquisa de especialistas em acústica do
Japão, já é possível escutar como teria sido o som de sua voz. Matsumi
Suzuki, que costuma usar seus conhecimentos para ajudar em investigações
criminais, fez medições do rosto e das mãos do famoso retrato pintado
por Leonardo da Vinci no século 16, criando uma estimativa sobre a
altura da modelo (ela teria 1,68 metro) e um molde de seu crânio.
"Tendo conseguido isso, pudemos criar
uma voz semelhante à da pessoa em questão", disse Suzuki, em uma
entrevista concedida na semana passada em seu escritório em Tóquio.
"Recriamos as vozes de várias pessoas famosas, chegando perto do
original, e as utilizamos para dublar filmes".
O gráfico da voz de uma pessoa,
conhecido como uma impressão vocal, é único, e Suzuki diz acreditar que
conseguiu uma exatidão de 90% ao recriar o tom de voz da enigmática
mulher. "Eu sou a Mona Lisa. Minha verdadeira identidade está envolta em
mistério", diz o quadro no site http://promotion.msn.co.jp/
davinci/voice.htm.
"No caso da Mona Lisa, a parte mais
baixa da face dela é bastante larga e o queixo é pontudo", explicou o
pesquisador. "Esse volume adicional significa uma voz relativamente
grave, enquanto o queixo pontudo indica uma altura média do som". Os
cientistas usaram uma mulher italiana para captar a entonação correta da
voz. "Então, tivemos de pensar sobre o que ela falaria", afirmou Suzuki.
"Tentamos fazer com que ela falasse japonês, mas isso não combinou com a
imagem dela".
Especialistas não chegaram a um acordo
sobre quem está retratado no quadro. Alguns afirmam que se trata do
próprio Leonardo, outros, de que é a mãe dele. A equipe de pesquisadores
também tentou recriar a voz do artista, em um projeto elaborado para
coincidir com o lançamento do filme O Código Da Vinci.
Mas, segundo Suzuki, havia menos
certeza sobre a exatidão desse resultado porque os cientistas tiveram de
trabalhar com auto-retratos nos quais o artista aparece usando barba, o
que esconde o formato de seu rosto.
O pesquisador participou da
investigação de vários crimes. Suzuki, por exemplo, ajudou na solução de
um caso ao envelhecer a voz de uma pessoa em uma década. Uma gravação
dessa voz foi divulgada na TV e o suspeito acabou detido.
Reuters
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