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Novo buscador quer desbancar Google sendo "mais
humano"
O Google, a onipresente
empresa que se tornou sinônimo de buscas na internet,
poderá ganhar em pouco tempo um sério concorrente: uma
jovem companhia da Califórnia, nos Estados Unidos, que
afirma ter criado um sistema mais eficiente e humano
para encontrar informações na rede. O Powerset, com sede
na cidade de San Francisco, desenvolveu uma tecnologia
de busca na rede baseada na "linguagem natural" e não em
palavras-chave, como a utilizada pelos atuais sites de
busca.
Barney Pell, co-fundador e diretor-executivo do
Powerset, disse que este sistema "tenta entender o
significado entre palavras de uma forma semelhante a
como os humanos compreendem a linguagem".
"Ao contrário de outros mecanismos de busca que
utilizam um índice de palavras-chave, o Powerset faz uma
profunda análise lingüística de cada frase que lê",
acrescentou. Ou seja: o Powerset pretende "entender" o
significado dos termos e frases procurados, enquanto o
resto usa um sistema de palavras-chave - mostrando
páginas que contenham essas palavras em alguma parte de
seu texto - e complicados algoritmos para determinar a
importância dos resultados.
Os usuários do Powerset, por exemplo, poderão
introduzir no campo de busca frases completas como
"Quanto a Telefónica pagará de dividendos este ano?", em
lugar de uma combinação de palavras como "dividendo +
Telefónica + 2007".
Esta não é a primeira vez que um site de buscas tenta
"entender" o idioma dos usuários, mas o Powerset chamou
a atenção dos especialistas do setor porque sua
tecnologia tem o aval do Centro de Pesquisa de Palo Alto
(Parc, na sigla em inglês) de Silicon Valley (EUA), uma
filial do grupo Xerox que está por trás de inovações
como o mouse. Alguns veículos de imprensa americanos
equipararam o Powerset ao Google em seu início e
insinuaram que a firma pode até desbancar o popular
mecanismo de buscas algum dia, mas Pell prefere não
entrar nestas comparações. "Respeitamos o que o Google
faz, mas nós estamos atacando o tema das buscas na
Internet de um ângulo diferente", disse Pell.
Mas as comparações tornam-se inevitáveis quando se
acessa a seção de empregos na página da companhia. Da
mesma forma que o Google, o Powerset dá uma grande
importância a sua cultura de empresa e oferece um
ambiente de trabalho criativo e relaxante onde, por
exemplo, os animais de estimação dos empregados são
bem-vindos. A firma espera poder começar a operar para o
grande público em 2008 e apenas em inglês, embora não
descarte introduzir outros idiomas no futuro. Por
enquanto, o Powerset está sendo testado por um grupo
seleto de 500 usuários, num projeto conhecido como
Powerlabs. "Tivemos uma grande demanda para oferecer
acesso ao Powerlabs e a suas aplicações", explicou Steve
Newcomb, co-fundador do Powerset e diretor de operações
da empresa. "Já implementamos 27 idéias desenvolvidas
pelos usuários do Powerlabs".
Apesar das tentativas de outros gigantes como Yahoo!
e Microsoft de superá-lo, o Google lidera atualmente o
setor e realiza cerca da metade de todas as buscas da
Internet. No entanto, inclusive altos executivos do
Google reconheceram que a tecnologia atual para
encontrar informação na rede é passível de melhora. Por
isso, a empresa investiu mais de US$ 2 milhões em
pesquisa e desenvolvimento desde o final de 2005.
Os passos do Powerset estão sendo seguidos
atentamente pelo setor, mas alguns especialistas se
mostram céticos quanto ao sistema criado pela firma ser
capaz, por exemplo, de compreender sinônimos ou entender
os matizes da linguagem.
"Entender o significado de muitas palavras é difícil
se não houver pessoas envolvidas no processo", disse
Charlene Li, analista da empresa de consultoria em
tecnologia Forrester Research, ao jornal americano
USA Today.
EFE
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