TÓQUIO - A nova TV ultrafina da Sony
supera modelos rivais baseados em telas
de cristal líquido (LCD) e de plasma.
Entre as vantagens estão a velocidade
de resposta e o consumo de energia, mas
a tecnologia de próxima geração não deve
gerar impacto significativo no lucro da
companhia japonesa no curto prazo.
A TV, que será lançada em dezembro,
usa a tecnologia estado-da-arte
conhecida como diodo orgânico emissor de
luz (Oled na sigla em inglês), que pode
dominar o mercado de televisores tela
plana a partir de 2010 se os preços
caírem e as telas aumentarem de tamanho,
dizem analistas.
"É cheia de potencial, é fina o
suficiente para montagem na parede e é
ecológica pois consome menos energia",
afirmou o analista Hisakazu Torii, da
DisplaySearch.
"Mas eu não vejo as TVs Oled
assumindo um papel de inflexão na
indústria de televisores nos próximos
cinco anos. Entretanto, as TVs de LCD e
de plasma vão acabar se tornando maduras
com lucratividade pequena, como acontece
com os modelos de tubos de raios
catódicos atuais, criando uma
oportunidade para as TVs Oled",
acrescentou.
As telas Oled usam compostos
orgânicos (contêm carbono) que emitem
luz quando eletricidade é aplicada.
Diferente das telas de cristal líquido,
elas não precisam de retroiluminação, o
torna as TVs com essa tecnologia mais
finos e mais eficientes em termos de
consumo de energia.
As TVs Oled são ideais para se
assistir a imagens em movimento
acelerado, como programas esportivos,
por causa de seu tempo rápido de
resposta. Elas também são capazes de
exibir cores vibrantes e podem ser
assistidas a partir de um ângulo de
visão bem amplo.
A Sony informou na semana passada que
lançará a primeira TV Oled do mundo em
1o de dezembro, abrindo uma nova era no
mercado de televisores estreitos,
avaliado em 82 bilhões de dólares.
Com apenas 3 milímetros de espessura,
a nova TV consome 40 por cento menos
energia que uma tela comparável de
cristal líquido, mas tem apenas 11
polegadas e será vendida por 200 mil
ienes (1.704 dólares).
A nova TV será oferecida em um
mercado onde modelos LCD de 40 polegadas
são vendidos por preço similar, o que
dificulta as perspectivas de curto prazo
da tecnologia Oled.
Conforme a tecnologia se torna
comercialmente mais competitiva, a
DisplaySearch espera que o mercado
global de TVs Oled cresça 24 vezes, para
884 milhões de dólares em 2011, ante
estimativa de 37 milhões de dólares em
2008. O potencial de crescimento
ultrapassa os 15 por cento de expansão
previstos para a demanda de TVs LCD.
Entretanto, o número de 2011
representará menos de 1 por cento do
faturamento projetado com TVs LCD, de 92
bilhões de dólares nessa época.
Analistas afirmam que não será até o
final da próxima década que os negócios
com TVs Oled começarão a dar um impulso
significativo aos lucros da Sony.
Apesar disso, durante a feira
japonesa de eletrônicos Ceatec,
realizada na semana passada, as TVs Oled
de 11 polegadas da Sony atraíram mais
visitantes que os gigantes aparelhos LCD
de 108 polegadas da Sharp e de 103
polegadas, de plasma, da Matsushita
Electric Industrial.
"Eu não posso pagar 200 mil ienes por
uma TV de 11 polegadas. Eu vou comprar
uma quando eles começarem a vender um
modelo de 20 polegadas abaixo de 100 mil
ienes", disse Akihiko Murakawa, 52,
visitante da feira.
E a concorrência trabalha para tirar
a vantagem da Sony. A sul-coreana
Samsung SDI está produzindo telas Oled,
enquanto uma joint-venture entre a
Matsushita e a Toshiba informou este ano
que quer lançar painéis Oled para uso em
TVs nos próximos três anos.
A General Electric também decidiu
cooperar com a Konica Minolta Holdings
no desenvolvimento de produtos flexíveis
e finos de iluminação que usarão a
tecnologia.