NOVA YORK - A IBM desenvolveu um sistema
de reciclagem de placas de silício que
pode ajudar a reduzir a falta de silício
refinado, causadora da limitação na
produção de painéis de energia solar.
A IBM disse que pode remover
propriedade intelectual de placas
semicondutoras descartadas feitas de
silício. A empresa poderá então
vendê-las à indústria de energia solar
que usa silício em células
foto-voltaicas que geram eletricidade em
cima dos telhados.
Todos os dias cerca de 250 mil placas
são produzidas no mundo para fabricação
de chips para celulares, computadores e
para monitorar e controlar a produção,
segundo um grupo da indústria de placas.
A IBM estima que 3,3 por cento dessas
placas são jogadas fora, o que soma
aproximadamente 3 milhões de placas
descartadas por ano. A empresa calcula
que o silício descartado poderia gerar
13,5 megawatts de energia solar.
Essa é uma pequena quantidade sobre
todos o mercado solar global. A Sharp,
maior fabricante mundial de painéis
solares, produz cerca de 710 megawatts
em células solares por ano. Mas segundo
Eric White, engenheiro da IBM envolvido
no desenvolvimento do novo processo de
reciclagem, disse que conforme a
indústria de semicondutores cresce, mais
placas devem se tornar disponíveis para
a indústria de energia solar.
A energia solar é responsável por
menos de 1 por cento da eletricidade
global, mas nos últimos anos as vendas
de painéis solares têm crescido entre 30
e 40 por ano. Em 2007, a indústria solar
empatou com a indústria de computadores
em consumo de silício refinado, material
que requer alta temperatura e grande
quantidade de energia para ser
produzido.
"Um dos desafios da indústria solar é
a grande falta de silício, que ameaça
afetar seu rápido crescimento", disse
Charles Bai, presidente financeiro da
empresa chinesa de energia solar
ReneSola, em comunicado sobre a
reciclagem da IBM. "Esse é o motivo
porque nos voltamos para os materiais
fornecidos pela indústria de
semicondutores para nos suprir da
matéria prima que precisamos."