SÃO PAULO - A penetração de
microcomputadores no Brasil deve dobrar
nos próximos três anos.
O número está de acordo com uma
estimativa divulgada nesta pela Escola
de Administração de Empresas da Fundação
Getúlio Vargas (FGV). Até 2011, um em
cada dois brasileiros terá um
computador, segundo o estudo.
Com uma média de crescimento nas
vendas de PCs de 16 por cento ao ano,
índice considerado "conservador" pelos
organizadores da pesquisa, a base
instalada de microcomputadores deve
dobrar dos atuais 50 milhões de
equipamentos para 100 milhões.
"Como a população cresce algo como 2
por cento ao ano, teremos 200 milhões de
brasileiros, o que equivale dizer que a
penetração será de 50 por cento",
explicou o professor Fernando Meirelles,
em entrevista à Reuters.
Hoje, a penetração dos PCs é de 26
por cento dos brasileiros, índice que
este ano superou a média mundial, de 21
por cento. No ano passado, quando as
vendas de microcomputadores no país
saltaram 42 por cento, o Brasil ficou
praticamente empatado com a média
mundial, mas neste ano avançou cinco
pontos percentuais.
Em 2008, a previsão de crescimento
das vendas é de 28 por cento, segundo a
pesquisa. Por isso, Meirelles considera
a média anual de 16 por cento de alta
nas vendas "conservadora".
Ele ainda salienta que o índice leva
em conta "a manutenção do cenário atual"
de dólar retraído, medidas de incentivo
do governo, oferta de crédito e economia
estável.
Ao final de 2007, o Brasil tinha uma
base instalada de 45 milhões de
microcomputadores, entre empresas e
residências, número ao qual foram
adicionados 5 milhões vendidos entre
janeiro e abril deste ano. Segundo
Meirelles, um terço das vendas atuais
corresponde a notebooks e dois terços a
computadores de mesa.
LINUX AINDA É MINORIA
O avanço do sistema operacional Linux
nas máquinas foi pequeno em 2007, de
acordo com a pesquisa da FGV. Nos
servidores, por exemplo, máquinas que
respondem pelo coração de uma rede
corporativa, o Linux passou de 17 para
18 por cento do total.
Ao mesmo tempo, o Windows avançou de
63 para 65 por cento, enquanto o Novell
perdeu espaço, de 5 para 2 por cento.
Nos microcomputadores, a situação
ficou estável e o Windows da Microsoft
continua presente em 97 por cento das
máquinas pesquisadas.
Esta foi a 19a versão do estudo, que
ouviu 4,4 mil empresas de médio e grande
portes todos os segmentos.