SÃO PAULO - Após longa transição,
Bill Gates deve deixar oficialmente
o trabalho na Microsoft esta semana.
Fundador da companhia, ao lado
Paul Allen, Gates comunicou há quase
dois anos que deixaria o trabalho na
Microsoft no início de julho, ou
seja, na próxima semana.
Ao longo deste período, Gates
deixou as tarefas de CEO da empresa
a cargo de Steve Ballmer. Ray Ozzie
é o arquiteto chefe da empresa,
cargo que também foi ocupado por
Gates no passado.
Segundo o próprio Bill Gates, seu
afastamento da Microsoft não é total
e ele continuará participando de
decisões da empresa como
conselheiro.
No dia a dia, porém, vai
trabalhar na gestão de projetos da
Bill and Melinda Gates Foundation,
entidade que possui capital de US$
33 bilhões para investir em
programas sociais e filantrópicos em
países pobres.
Estudante de Harvard nos anos 70,
Gates deixou a faculdade sem
completar o curso para criar a
Microsoft em 75, ao lado de Paul
Allen.
O sucesso da empresa, em especial
do sistema operacional Windows,
colocou o nome de Bill Gates na
história da indústria de tecnologia
e o tornou o homem mais rico do
mundo, posto que perderia
recentemente. Ranking da Forbes em
2008 o aponta como o terceiro homem
mais rico do mundo.
A trajetória ascendente de Gates
lhe rendeu avaliações distintas.
Para muitos especialistas, o
fundador da Microsoft é um gênio que
revolucionou o modo como as pessoas
usam computadores e deu um
fortíssimo impulso para criar uma
indústria global de software.
Para seus críticos, no entanto,
Gates está associado a práticas
capitalistas agressivas que
contribuíram para destruir
competidores e criar um monopólio
tecnológico controlado pela
Microsoft.
Bill Gates deixa a companhia num
momento em que os principais
produtos da Microsoft, programas
instalados no PC, são desafiados por
um modelo de aplicativos online.
Este ano, o sucessor de Gates, Steve
Ballmer, liderou sem sucesso uma
ofensiva para comprar o Yahoo!,
aquisição que aceleraria os
investimentos da Microsoft em
produtos online.
Ao fim do processo, o Yahoo!
preferiu fechar uma parceria com o
Google, um dos maiores rivais da
Microsoft.