A menos que a Microsoft faça algo drástico, acho que este será o fim do Windows, um paradigma de sistema operacional que deveria ter sido quebrado há anos. Desde o Windows 1.0, divulgado há 24 anos, a empresa não mudou seu nome. Primeiro havia algum esquema numérico normatizado, como Windows 1.0, Windows 2 e assim por diante. Então vieram as letras, como NT, ME e XP, e as letras com números, como NT 3.11. Depois, as datas: Windows 95, 98 e 2000. Como isso não funcionava direito, a empresa deu a ele um nome. Surgiu o Vista, o maior fracasso. Agora temos o Windows 7. Se a Microsoft não fizer algo espetacular, as pessoas usarão Linux. Instalei Linux no computador da minha mulher. Ela usa sempre, mas diz: “é estranho”. Pergunto por que e ela responde: “ah, você sabe, é estranho”. Instalei também o AbiWord. Ela não gostou e disse que é diferente. Indaguei por que e ela afirmou vagamente: “ah, é diferente”. Mas ela continua usando.
Eu não estava convencido de que o Linux poderia dominar os desktops um dia. Mas estou certo de que isso ocorrerá. Tudo que é Open Source se move devagar. O Firefox demorou a ser relevante. O Open Source é genuinamente o conto da lebre e da tartaruga — e ele é a tartaruga. Uma companhia de software tradicional é como a lebre. Veja como a Microsoft faz com seus produtos. Enquanto eles estão à frente dos outros, ela se acomoda e não faz nada. Quando chegam perto, ela corre como louca.
Parece que a Microsoft não está muito preocupada em tomar um rumo. Ela tem acordos com fabricantes e quase 90% dos PCs são vendidos direto de fábrica com Windows. As pessoas, incluindo minha mulher, conhecem o nome Windows e ele é praticamente autossustentável. Então nossa única esperança real é que algo caia do céu. Há indícios de que o Google pode desenvolver um sistema operacional que as pessoas talvez prefiram usar. A chance de máquinas com processadores de múltiplos núcleos rodarem vários sistemas parece promissora. Acho que seria ainda mais interessante se a própria Microsoft adotasse o padrão Linux. Muita gente esquece que ela já vendeu o Microsoft Xenix.
Os cientistas da computação sabem que a criação de software não acompanha a de hardware, que se desenvolve mais rápido. Por que isso? Nunca ouvi um bom argumento, exceto o de que criar programas é mais difícil que fazer chips menores e mais rápidos. Mas não me lembro de um momento em que a defasagem dos programas fosse tão extrema quanto agora.