Agência Brasil
BRASÍLIA - Embora não seja novidade o uso da internet nas campanhas políticas, o fato é que as informações lançadas na rede mundial de computadores tiveram papel importante no processo eleitoral deste ano no Brasil.
No entanto, para a cientista política Lúcia Avelar, professora da Universidade de Brasília (UnB), o uso da rede de forma acusatória e, muitas vezes leviana, deixou explícita a “falta de educação” ao lidar com uma ferramenta de comunicação tão importante.
“Esse processo eleitoral demonstrou que ainda estamos meio deseducados para a utilização da internet em uma campanha política”, disse a professora, que defende esse meio de comunicação como poderosa ferramenta de mobilização.
“A internet ficou aquém do que a gente esperava dela neste processo eleitoral. O que se viu foi muita baixaria e isso é lamentável”, disse a professora ao comentar os vídeos e os e-mails apócrifos distribuídos com acusações sobre os candidatos.
Lúcia Avelar lembrou que durante as investigações do esquema de corrupção envolvendo o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, a internet demonstrou ser um instrumento muito positivo ao servir, por exemplo, para a mobilização de alunos da UnB que se manifestaram contra o governo. “Vivenciamos isso no campus e em todo Distrito Federal”, relatou.
Para a professora, faltou discussão sobre as propostas de cada candidato. Ela lamentou a falta de discussão sobre os dois modelos de administração em disputa: os modelos da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra.
“É lamentável que a diferença entre os dois projetos não tenha ficado muito clara. Porque são dois projetos diferentes que estão competindo no Brasil há bastante tempo. Parece que tudo ficou meio clandestino”, disse.