"Precisamos prestar atenção nos
alunos, ver com qual ferramenta
ou equipamento eles estão mais
familiarizados e dar o primeiro
passo", disse Qualmn no
seminário Conecta, organizado
pelo Sesi/Senai. Ele sugeriu,
por exemplo, que escolas passem
deveres de casa que possam ser
apresentados pelo Youtube e
substituam livros pelos ipads –
aparelhos que reúnem computador,
video game, tocador de música e
vídeo e leitor de livro digital.
"Em muitos lugares, existe o
debate sobre o uso, pelas
crianças, de telefones
celulares", disse sobre a
disseminação dos smartphones –
celulares conectados à internet.
"As escolas precisam checar ao
que é melhor para si. Na
[Universidade de] Harvard, o
ipad é permitido em algumas
aulas. Outras aulas são dadas da
mesma forma há cem anos",
acrescentou Qualmn, que também é
professor de MBS da Hult
International Bussiness, nos
Estados Unidos .
Em uma escola pública do
município de Hortolândia (SP),
Edson Nascimento, professor de
educação física, deu o primeiro
passo na adoção de novas
tecnologias como instrumento
pedagógico. Ele criou um blog
para divulgar o conteúdo das
aulas e conquistou alunos até de
outras escolas. Nascimento diz
que o principal desafio para
difundir a tecnologia na escola
é convencer os demais
professores a aceitá-la como um
recurso educativo.
"Isso não é uma coisa
tranquila, não temos adesão de
100% dos professores. Pessoas
entendem que se migrarem para a
tecnologia não vão mais saber
dar aula. Apegam-se ao giz e à
lousa como se isso lhes desse
controle da turma. Mas os alunos
acabam prestando atenção em
outras mil coisas", disse
Nascimento, que dá aulas para
uma escola de 500 alunos de
ensino médio e fundamental.
O professor americano Qualmn
acrescentou que o próprio uso da
internet pode estimular debates
sobre a veracidade de conteúdos
disponíveis na rede, além de
incentivar a produção de
conhecimento de forma
colaborativa, como o que está
disponível no Wikipedia, uma
espécie de enciclopédia online
aberta, que aceita contribuições
de qualquer usuário.
Pedagoga de uma escola
particular do Rio, que criou sua
própria rede social, Patrícia
Lins e Silva relatou que a
ferramenta ofereceu "ganchos"
para que a escola discutisse
tópicos como o uso de
"palavrões" e a superexposição
de ídolos de adolescentes na
rede.