A transmissão de informações não pode quebrar o "limite de velocidade universal" - a velocidade da luz - , garantem pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) e da Universidade de Maryland, ambos nos Estados Unidos.
Isso pode parecer óbvio do ponto de vista da física atual, mas as coisas começaram a ficar complicadas em 2012, quando pesquisadores do próprio NIST criaram pulsos superluminais, em que uma parte da onda de luz é "empurrada" para a frente, chegando antes do que seria de esperar pela mera medição da velocidade do pulso.
Depois disso, outra equipe garantiu que superar a velocidade da luz é matematicamente possível, enquanto um terceiro grupo usou um truque interessante para fazer a luz viajar com velocidade infinita.
Agora, Jeremy Clark decidiu estudar a fundo as implicações da descoberta da sua própria equipe e dos seus pulsos superluminais.
Segundo as novas análises, os pulsos superluminais não representam um furo nas leis da física porque o pulso frontal de luz, que é "empurrado" para chegar ao destino antes que o esperado, não consegue levar consigo uma informação.
Paradoxos
"Nós sabemos que, se você puder acelerar a informação, isso daria origem a todos os tipos de problemas de causalidade, como você vê nos filmes de ficção científica sobre pessoas que viajam de volta no tempo. Assim, embora ninguém espere que isto seja possível, o que impede que isso aconteça? Isso é o que nós queríamos saber," explica Ryan Glasser, membro da equipe.
Clark e Glasser bolaram um experimento no qual a técnica dos pulsos superluminais é empregada em um feixe de luz, enquanto outro feixe de luz segue sem alteração. Só que os dois pulsos de luz são entrelaçados, significando que o que acontece a um altera imediatamente o outro.
Os resultados mostraram que não há mais correspondência entre os dois pulsos quando se usa a técnica dos pulsos superluminais em um deles - o entrelaçamento quântico deixa de funcionar.
Mais do que isso, quanto mais eles empurram a frente do pulso, mais degradado fica o seu sinal.
"Nós avançamos o pico da correlação entre os dois feixes, mas não conseguimos empurrar a informação quântica mais rápido do que a velocidade da luz," conta Glasser.
Embora seja necessário pesquisar mais para determinar o que fundamentalmente impõe esse limite de velocidade à informação, estes resultados podem ser úteis para a compreensão da transferência de informações dentro dos computadores quânticos ou por meio da internet quântica.
"Nós especulamos que o ruído quântico e a distorção definem esse limite," arrisca-se Glasser.
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