Efeito Termogalvânico
O calor gerado por processos industriais e usinas de energia elétrica é enorme.
Por isso, pesquisadores de todo o mundo estão há décadas procurando maneiras para aproveitar um pouco dessa energia desperdiçada.
A maior parte desses esforços tem-se concentrado em dispositivos termoelétricos, materiais sólidos que produzem energia elétrica a partir de um gradiente de temperatura.
Mas a eficiência destes dispositivos é limitada, sem contar o alto custo imposto pela escassez desses materiais.
Agora, pesquisadores do MIT e da Universidade de Stanford, ambos nos EUA, descobriram uma nova alternativa para converter em eletricidade o calor residual de baixa temperatura - nos casos em que a diferença de temperatura é menor do que 100 graus Celsius.
A abordagem é baseada em um fenômeno chamado efeito termogalvânico.
Como a tensão das baterias recarregáveis depende da sua temperatura de operação, o novo sistema combina os ciclos de descarga e recarregamento dessas baterias com aquecimento e arrefecimento de modo que a tensão de descarregamento seja maior do que a tensão de recarregamento.
O sistema pode aproveitar de forma eficiente mesmo diferenças de temperatura relativamente pequenas - por volta dos 50° C.
Esquente para carregar, esfrie para usar
Para começar, a bateria descarregada é aquecida pelo calor residual que se deseja aproveitar.
Então, depois de aquecida, a bateria é carregada. Uma vez completamente carregada, é só esperar que ela volte à temperatura normal antes de usar sua energia.
Como a tensão de carga é menor em temperaturas elevadas do que em baixas temperaturas, assim que se resfria, a bateria pode de fato fornecer mais eletricidade do que aquela que foi usada para carregá-la.
Essa energia extra, é claro, não aparece do nada: ela vem do calor que foi adicionado ao processo.
Em uma demonstração com um calor residual de 60º C, o novo sistema apresentou uma eficiência de 5,7% no aproveitamento desse calor.
O conceito fundamental por trás dessa técnica é bastante antigo, mas os pesquisadores afirmam que só agora foi possível torná-lo realidade porque o processo depende dos eletrodos usados nas baterias, que só foram aprimorados nos anos recentes.
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