Mau hálito pode indicar
problemas mais graves
Entre 35% e 40% da população brasileira sofre de
halitose, problema que pode ter cerca de 60 causas, como doenças sistêmicas
e periodontais, distúrbios intestinais, respiração bucal crônica,
consumo freqüente de bebidas alcóolicas, redução do fluxo salivar
por uso de medicamentos, jejuns prolongados, não uso do fio dental
durante a higienização da boca e presença de cáries de grande
tamanho.
Segundo Olinda Tarzia, professora da Universidade de São Paulo (USP),
que falará sobre o assunto, esta semana, no 21 Congresso Internacional
de Odontologia de São Paulo, o primeiro passo para acabar com o mau hálito
é descobrir suas causas. "Geralmente, a halitose é o resultado de
vários fatores combinados, por isso é necessário fazer uma ampla
investigação para combater o problema", enfatiza Olinda. Mas, além
de afetar a auto-estima e motivar desconforto social, a halitose pode
ser um importante indicador de doenças mais sérias, que, se não forem
tratadas de forma adequada, podem levar a pessoa à morte. "Os
microorganismos que desencadeiam a halitose produzem, além de odores,
toxinas perigosas que, se caírem na corrente sangüínea, podem até
provocar parada cardíaca."
Normalmente, quem sofre de halitose sabe ou desconfia e passa a ter um
cuidado maior na escovação dos dentes, explica Olinda. Por isso,
muitas vezes é equivocado pensar que o problema esteja relacionado à
falta de higiene bucal. "Há pessoas que escovam os dentes mais de
dez vezes ao dia e permanecem com o hálito comprometido."
Jornal de Brasília