Ciência alerta para novos
medicamentos contra tuberculose
A tuberculose continuará estendendo-se a menos que
se encontre um fármaco que reduza o tempo e a dificuldade de seu
tratamento, alertou nesta sexta-feira a diretora da Aliança Global para
o Desenvolvimento de Remédios contra a Tuberculose (TB Alliance), María
Freire.
Mais de 2 bilhões de pessoas -um terço da população mundial- abrigam
em seus pulmões o bacilo que causa a tuberculose, embora somente 10 por
cento desenvolve a doença, pela qual morrem cerca de 5.000 pessoas por
dia.
Os tratamentos atuais são antigos, difíceis e duram entre seis e nove
meses, o que leva a seu abandono e ao surgimento de mutações e resistências.
Freire, que durante dois dias presidiu o seminário sobre tuberculose do
recém-inaugurado Instituto Novartis de Doenças Tropicais (NITD), em
Cingapura, ressaltou que nos países em desenvolvimento, onde está a
maioria dos doentes, a pesquisa sofre grandes impedimentos por falta de
orçamento.
Com o fim de pesquisar sobre novos remédios, a TB Alliance conta com um
orçamento de cerca de 45 milhões de dólares procedente de doações
de organizações privadas como a Fundação Bill e Melinda Gates e
outras instituições e governos "com consciência social",
comentou Freire.
Entre outras coisas, a equipe de cientistas da Aliança se dedica a
buscar em laboratórios de todo o mundo informação sobre descobertas
de compostos arquivados na fase básica ou pré-clínica por falta de
investimento para avançar no processo até o fármaco.
A "TB Alliance investe sem fins lucrativos; nós insistimos no
registro e patente do produto para que a Organização Mundial da Saúde,
que o distribuirá através de seus mecanismos, vigie os padrões de
fabricação", afirmou.
Em maio próximo, a cientista visitará laboratórios instalados na
localidade de Três Cantos (Madri) para verificar se contam com algum
descobrimento em fase inicial, mesmo que esteja arquivado, ao qual a
Aliança possa ajudar a desenvolver.
Terra