QUIMIOTERAPIA
CONTRA O INFARTO
Por Riad
Younes
Prevenir
a obstrução das artérias coronárias com quimioterapia, normalmente usada
para matar células cancerosas. Isso mesmo. A idéia se baseia na capacidade da
quimioterapia reduzir a cicatrização e os processos inflamatórios intensos, básicos
para a progressão de placas arteriais obstrutivas.
Um estudo recentemente publicado
na revista New England Journal of Medicine, pelo dr. S. J. Park, avaliou a eficácia
de um stent (mola especial que mantém a artéria aberta) ligado à paclitaxel,
uma droga de quimioterapia largamente utilizada no tratamento de câncer.
Introduziram por cateter de angiografia um stent normal, ou stent embebido de
paclitaxel (altas e baixas doses), em coronárias com placas de arteriosclerose.
Os pacientes foram submetidos a exames periódicos para observar o grau de
obstrução arterial. Os pesquisadores conseguiram introduzir os stents com
sucesso em 99% dos casos. Pacientes que receberam o stent com paclitaxel
apresentaram redução significativa no grau de obstrução, quase a metade da
incidência em pacientes com stents normais.
Mais interessante ainda, a colocação de stents embebidos de paclitaxel não
foi associada a feitos colaterais importantes, quando comparados com stents
comuns.
Esses resultados garantem uma eficiência cada vez melhor e mais duradoura para
a angioplastia na prevenção do infarto. Mais um ponto contra a cirurgia de
pontes de safena.
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