China
prende quatro por "subversão" via
Internet
Um tribunal chinês condenou a até 10 anos de prisão
quatro ativistas que publicavam textos na Internet
considerados subversivos, após uma batalha judicial
que durou 20 meses, de acordo com informações
dadas por grupos de direitos humanos.
O grupo Human Rights, com sede em Nova York,
informou por intermédio da sucursal chinesa que o
tribunal sentenciou a 10 anos de reclusão o geólogo
Jin Haike, de 27 anos, e o jornalista do Diário
do Consumidor de Pequim Xu Wei, de 28 anos.
Já o engenheiro de informática Yang Zili, de 31
anos, e o escritor independente Zhang Honghai foram
sentenciados a oito anos de cadeia cada um. O
tribunal se recusou a comentar as sentenças.
Nos últimos anos, a Justiça chinesa prendeu vários
autores de textos publicados na Internet como parte
de uma campanha para combater os dissidentes. O
governo criou uma polícia especial que filtra sites
estrangeiros e fecha páginas que contenham
mensagens consideradas politicamente incorretas.
Os quatro homens foram acusados de colocar na
Internet ensaios críticos ao governo chinês, além
da criação da Sociedade da Nova Juventude, um
grupo de discussão dedicado às reformas sociais e
democráticas na China. Um dos ensaios leva o
seguinte título: "A democracia chinesa é uma
farsa".
O Human Rights na China declarou que
"condena profundamente o tratamento
abusivo" dado aos quatro homens que agora devem
tentar recorrer da sentença. "Os veredictos
foram muito injustos, não havia evidência de
subversão", disse à Reuters a esposa de Yang,
Lu Kun.
As sentenças foram proferidas 20 meses depois
que os quatro acabaram presos por agentes
infiltrados no grupo. "É ridículo que o
governo chinês considere a manifestação pacífica
das opiniões de alguém como um ato
subversivo", disse Ann Cooper, diretora do
Comitê de Proteção aos Jornalistas, com sede em
Nova York.
De acordo com o Human Rights da China, Xu disse
ao tribunal que sofreu tortura com descarga elétrica
na genitália. O grupo de defesa dos direitos
humanos relatou que Xu bateu a cabeça contra a mesa
do juiz em sinal de protesto e ficou inconsciente,
tendo sido levado depois por seis policiais.
Reuters
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