Sala de estar do futuro: Big brother com os parentes

O ambiente se propõe a demonstrar três cenários diferentes, compostos pela simplificação de tarefas diárias, melhorar o entretenimento e aperfeiçoar as comunicações. À primeira vista, ele se parece muito com o de uma casa de classe média alta atual. A partir de um moderno interruptor, o morador pode controlar a iluminação e o som de cada ambiente. Controlada por um servidor central, a casa também responde a comandos de voz.

A maneira encontrada pela Microsoft para fazer com que a casa tenha maior interação com seus moradores foi a adoção da tecnologia RFID (Radio Frequency Identification, ou identificação por radiofreqüência. Trata-se de pequenos transmissores (tags) de ondas de rádio embutidos em roupas, acessórios e nos produtos usados no dia-a-dia, incluindo compras de supermercado. Exemplo simples: o transmissor instalado no casaco de um membro da família ‘‘avisa” o servidor que um morador está chegando e abre a porta principal. Claro que recursos de segurança estão sempre alertas e podem pedir por um reconhecimento de íris para checar se quem chegou é a pessoa que porta a tag RFID.

A casa do futuro também foi planejada para ajudar as donas de casa modernas na cozinha. Basta pegar um pacote de farinha na dispensa (ou um produto qualquer na geladeira ou até colocá-lo no microondas) que o sistema, usando o RFID, começa a perguntar sobre o que será feito com aquele ingrediente. Torta de maçã? Não tem problema: a receita será projetada na bancada da cozinha e os ingredientes utilizados já terão baixa no estoque, preparando a próxima encomenda para o supermercado virtual. O PC instalado na cozinha pode receber uma ligação do celular e transformá-la em texto para leitura na tela, assim como as palavras digitadas podem ser transcodificadas em voz para o celular.

A TV no controle

A televisão, mais ou menos como hoje, tem dois papéis importantes e centralizadores dentro da casa do futuro: controlar a própria casa e ser o grande centro de diversão da família. A TV da sala de estar tem a primeira função. Ela verifica quem está dentro da casa, os cômodos onde há movimentação com som e luz, além de programar a gravação de shows transmitidos pela TV local e servir para brincar de Big Brother com a vovó – afinal, ela também irá morar em uma casa igualmente inteligente que lhe permitirá saber cada detalhe do que o netinho fez durante o dia. E olha que ela não entende de tecnologia. Pela TV também é possível verificar a agenda de todos da família e, por que não, gerenciar todo o conteúdo digital presente na casa, devidamente protegido contra cópias e com uso garantido para todos os ambientes. Não é preciso ligar o som no quarto do filho para ele ouvir aquele CD heavy metal do Ozzy Osbourne. Ele é controlado na sala e em todos os computadores (e interruptores) espalhados pela casa.

O aparelho na grande sala de entretenimento, equipada com sofás confortáveis, traz a interatividade para os momentos cotidianos. O juiz roubou no jogo de futebol? Compartilhe seus xingamentos on-line com os amigos usando um programa de mensagens instantâneas, seja por voz, texto ou imagens. Mas há um detalhe importante nessa sala: as paredes usam “tinta eletrônica” (na verdade, OLEDs, emissores orgânicos de luz, com capacidade de mudar de cor automaticamente). Cansou do bege? Basta um simples toque num botão e as paredes ficam azuis, verdes ou vermelhas. Até mesmo pode-se programar uma espécie de show pirotécnico dentro da sala. Na hora de contar histórias para as crianças, a sala interage com o conto, aumentando o clima (leia-se o medo) dos pequenos.

 

 

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