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4 bilhões não terão água potável em 2015

Um relatório divulgado esta semana prevê que mais de 4 bilhões de pessoas não terão água potável e mais de 6 bilhões viverão sem serviços de saneamento básico em 2015. Conforme o documento elaborado dentro do Conselho Mundial da Água, atualmente mais de 1 bilhão de pessoas não têm água potável e 2,4 bilhões vivem sem redes sanitárias.

O relatório apresentado às vésperas do III Fórum Mundial da Água, que será realizado em Kioto (Japão) de 16 a 23 de março, indica ainda que para que os 1,1 bilhão de indivíduos que hoje não têm água potável tenham acesso a ela seria preciso dobrar os investimentos de imediato. De acordo com os compromissos internacionais alcançados nas Cúpulas do Milênio (2000) e de Johanesburgo (2002) o conjunto dos investimentos deveria passar de US$ 80 para US$ 180 bilhões por ano.

No entanto, o orçamento destinado à construção de dutos de água potável e de redes de saneamento no terceiro mundo caiu a níveis muito baixos recentemente. Atualmente, as doações e empréstimos dos Governos do norte e das instituições multilaterais da Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) chega a US$ 4 ou US$ 4,5 bilhões por ano, enquanto que os investimentos anuais de multinacionais e dos países do sul alcançam US$ 75 bilhões de dólares, segundo o relatório.

Justamente quando deveria intensificar o esforço suplementar, o investimento internacional privado diminui e as multinacionais e seus banqueiros dão marcha à ré nos créditos a longo prazo, específicos do setor, e cuja devolução é incerta, dada a má gestão dos serviços de água dos países beneficiados. A corrupção, que se dá também neste setor e as fortes desvalorizações monetárias como as da Argentina, das Filipinas, Brasil e da Indonésia desanimam os potenciais investidores.

O relatório inclui 60 propostas escalonadas em três períodos, em 2006, 2015 e 2025, quando a rede de água potável e de saneamento poderia ter alcançado uma cobertura universal se aumentassem as ajudas e se reestruturasse a gestão do setor nos países em desenvolvimento. Entre outras propostas está a de fazer com que o consumo de água se pague com um preço variável segundo o poder aquisitivo do consumidor, se estabeleçam colaborações transparentes entre organismos públicos e privados, e se descentralize e se garanta a autonomia financeira dos serviços de água.



Agência EFE

 

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