Imagens são oito vezes mais nítidas nas TVs atuais

Se você quer ver até que ponto os televisores melhoraram desde que você comprou seu mais recente aparelho, conte os pêlos que recobrem o corpo de Sully. O herói de Monstros S.A., um filme de animação da Pixar, parece mais nítido ainda nos televisores mais recentes, cujo preço começa em US$ 1,8 mil. É possível ver o pêlo de seu corpo composto por fios individuais, em lugar de uma massa púrpura, verde e azul como se via nos velhos televisores de US$ 500.

Mas a publicidade desses novos TVs é um estraga prazer. A maior parte dos consumidores precisaria de um dicionário de termos técnicos para entender os mais recentes recursos dos televisores, cuja divulgação promove o fato de que a qualidade de imagem melhorou dramaticamente nos últimos 10 anos.

Não é uma tarefa tão simples perceber o que os fabricantes querem dizer com os recursos que promovem. Mas em resumo a questão é simples.

Os consumidores desejam televisores maiores. Mas os fabricantes não podem simplesmente ampliar as telas porque seria como ampliar uma foto digital barata: a imagem simplesmente fica distorcida.

Em lugar disso, os fabricantes aprenderam a magia negra de escrever software e carregá-lo em semicondutores baratos, mas poderosos, capazes de inventar detalhes de imagem sempre que necessário.

"Os televisores mais recentes oferecem oito vezes mais detalhes do que estavam disponíveis na primeira transmissão", diz Michiel Klompenhouwer, cientista que pesquisa processamento de vídeo e percepção visual na Philips, maior fabricante européia de TVs e maior produtora mundial de telas de vidro, em duas joint-ventures com sul-coreana LG.

Desde a metade dos anos 90, o número de linhas horizontais exibido em uma tela de TV se duplicou, bem como o número de pixels por linha. Os fabricantes também acrescentaram software para dobrar de novo o número de imagens durante uma transmissão de vídeo, filmada a 24 quadros por segundo, além de programas que prevêem como os objetos se moverão. Mesmo nas telas maiores, essas inovações oferecem muito mais detalhe e livram o televisor daquela irritante oscilação de imagem.

"Este tipo de melhoria você consegue quando usa softwares sofisticados em aparelhos digitais. Nós passamos de TVs analógicas de telas curvas para TVs digitais planas", afirma Barry Young, um analista da empresa de pesquisa DisplaySearch.

Acrescente sensores que ajustam a imagem para o nível de luminosidade do ambiente e som em três dimensões e fica claro o motivo da esperança dos fabricantes de aparelhos eletrônicos sobre o mercado, apesar da queda anual de 10% no preço dos tubos básicos de televisão.

A TV ainda é o principal produto eletrônico de consumo. Cerca de US$ 0,25 centavos de cada dólar gasto em aparelhos eletrônicos vai para televisores. Cerca de 164 milhões de TVs foram vendidas no mundo em 2002, afirma a DisplySearch.

As vendas de tubos de TV com tela plana, que oferecem os mais recentes avanços, devem dobrar para 60 milhões de unidades durante os próximos três anos.

Algumas das mais recentes melhorias nas televisões estão sendo promovidas por novos líderes. A Sharp acabou de lançar a primeira TV com imagem em três dimensões no Japão. Outras empresas correm para desenvolver o que é considerado o Santo Graal do setor.

"3D é o único desafio remanescente. É uma noz dura de quebrar, mas se você conseguir, o mercado inteiro estará aberto. É como sair do preto e branco para a TV colorida", disse Marc Op de Beeck, principal pesquisador de tecnologias de três dimensões da Philips.

Outras melhorias vêem de novas e pequenas companhias como a britânica NXT. A empresa inventou um filme transparente vibrante que funciona como um alto-falante, instalado diante da tela, e a japonesa NEC acabou de lançar os primeiros monitores com esta tecnologia, que produz som diretamente da imagem.

 
Reuters

 

 

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