Massagens com facas, última moda para curar dores

Os taiwaneses, fanáticos por massagens relaxantes a base de perfumes, óleos e mãos, procuram agora as salas onde esse serviço é oferecido com facas, uma modalidade que ajuda a curar doenças e que se transformou na última moda. A técnica é simples: tocar com as afiadas facas de cozinha as costas do cliente, que não parece temer os ferimentos que possa causar tão acrobática massagem.

Um dos professores nessa arte é Pan Wen-hsiung, que tem três ajudantes, enquanto que os clientes são taiwaneses como Peng Lan-ying, de 51 anos, que espera ser curada de suas dores crônicas de pescoço e costas, causadas por um acidente de motocicleta. A senhora Peng também acredita que suas dores se devem ao excesso de atividade, ao stress e às conseqüências de sua menopausa, e sua confiança descansa nos séculos de experiência que a China tem nessa curiosa técnica.

Peng seguiu um tratamento de medicina tradicional chinesa em uma clínica especializada em problemas na coluna vertebral, mas não ficou convencida: "Ajudou algo, mas após ver um programa sobre a massagem com facas na televisão, experimentei. E isto é muito melhor", garante.

"No começo tinha medo que uma faca tocasse meu corpo, e suei frio na primeira vez, mas depois vi que não era para tanto", acrescenta Peng, que agora não esboça reação quando as facas tocam suas costas. As dores sentidas por Peng diminuíram e depois de cinco sessões desapareceram quase totalmente, além disso, ela não sofre mais com as freqüentes enxaquecas e o zumbido que sempre tinha em um dos ouvidos.

Peng é o protótipo de clientes que chegam ao salão de Pan Weng-hsiung, a maioria mulheres entre 30 e 70 anos com dores musculares, nos ligamentos e na coluna vertebral. No entanto, também visitam a "clínica", homens e mulheres que querem perder peso ou se livrar da insônia, do hipertireoidismo ou doenças digestivas.

As sessões duram de 20 a 40 minutos e os clientes devem estar em jejum por no mínimo uma hora e beber litros de água ao término da massagem. Nesses salões, o barulho de facas e o animado bate-papo de massagistas e clientes se misturam com o silêncio dos que acabam dormindo ou os gritos de dor causados pelo contato com os pontos ligados às dores.

"Essa massagem funciona de modo similar a um pára-raios, a dor vai para a faca, porque a energia negativa do metal atua sobre a positiva do lugar dolorido, e sente-se uma picada que libera a dor", explica o dono do salão. Os massagistas utilizam facas com lâminas de 20,5 centímetros de comprimento e 8,5 de largura, e não causam ferimento algum, mas os clientes têm de permanecer imóveis.

Pan aprendeu a técnica de facas há 20 anos, com um monge budista japonês, que utilizava uma espada de samurai para as massagens. Segundo a lenda, a massagem com facas foi utilizada pelos monges das dinastias chinesas Han (206 AC-226 DC) e Tang (618-907 DC), e depois chegou ao Japão.

Pan, que é microbiologista, não praticava a massagem como forma de ganhar a vida há até seis anos, quando a aplicou na Malásia em uma pessoa que tinha uma parte de seu corpo paralisada e comprovou sua efetividade. Foi então que Pan abriu salões em Taiwan e na Malásia. Desde essa data treina cerca de 500 massagistas por ano e não lhe faltam clientes.
 EFE

 

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