Estudo inglês indica que arnica é ineficiente

Estudo sobre o potencial da arnica, conduzido por pesquisadores britânicos, da Universidade de Exeter, suscita críticas ao declarar que a erva não é eficiente como analgésico ou cicatrizante. O médico que chefiou a pesquisa, Edzard Ernst, acredita que a revelação fará com que as pessoas procurem por tratamentos mais efetivos, ao contrário de investir numa opção fitoterápica considerada por ele ineficiente.
Ele e sua equipe confirmaram a ineficiência da arnica ao submeter três grupos de pacientes operados para tratar da síndrome do túnel do carpo, caracterizada pela compressão de um dos nervos da mão. Um dos grupos ingeriu tabletes de arnica de alta potência, antes da cirurgia e depois do procedimento, por duas semanas. Outro grupo ingeriu tabletes de baixa potência e um terceiro grupo ingeriu placebo, substância sem efeito químico usada em tratamentos e estudos controlados. Tabletes de arnica são usados para ajudar na cicatrização de machucados, para reduzir inchaços e na recuperação de incisões decorrentes de cirurgias.

Os pacientes responderam a questionários sobre sintomas do pós-operatório e uso de analgésicos. Além disso, a equipe médica do hospital analisou, por meio de computador, as fotografias dos pulsos dos pacientes e mediu o tamanho dos hematomas. A conclusão é que não houve diferença significativa, entre os três grupos, em termos de dor, tamanho de hematomas, inchaço ou quanto ao número de analgésicos que os pacientes deviam tomar.

Janet Richardson, presidente do Conselho de Pesquisa para Medicina Complementar, criticou o estudo realizado na Universidade de Exeter, alegando que não foi bem planejado e que se baseou numa amostra reduzida. Ela disse à BBC On Line que o resultado encontrado até agora indica que as pessoas que passam por cirurgia do túnel do carpo não são auxiliadas pela arnica. "Mas isso não significa que a arnica não possa ajudar em outros casos", alertou. Segundo Janet, há uma divisão entre os estudos que mostram efeitos positivos e efeitos negativos com uso da arnica, entre os 16 que existem no arquivo do conselho.

Para o médico que coordenou o estudo, a arnica ganhou boa reputação porque pessoas que obtiveram bons resultados têm mais tendência a falar sobre o sucesso do tratamento com amigos, enquanto as que não obtêm resultados, em geral, não comentam nada sobre o assunto."Esses resultados não dão apoio ao uso rotineiro da arnica para evitar ou reduzir complicações pós-operatórias", escreveu ele no Journal of the Royal Society of Medicine. Ernst, no entanto, não descartou a possibilidade de alguns pacientes se beneficiarem do potencial terapêutico da arnica.


Terra

 

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