Comunistas iraquianos denunciam prisão de técnicos
O Partido Comunista Iraquiano (PCI), denunciou que o regime do Iraque
prendeu 47 engenheiros e técnicos acusados de terem fornecido informação
aos inspetores de desarmamento da ONU. A informação foi divulgada hoje
pelo jornal árabe internacional Asharq Al-Awsat.
Conforme um comunicado do PCI, com sede em Londres, as detenções
dessas pessoas, que trabalhavam em várias fábricas relacionadas à Indústria
Militar iraquiana, foram ordenadas por Qussay, encarregado dos serviços
especiais de segurança de seu pai, o presidente Saddam Hussein.
"Um comitê governamental, criado especialmente para vigiar os
especialistas que trabalham na Indústria Militar iraquiana, os
denunciou em um relatório apresentado a Qussay", acrescenta o PCI.
A nota informa que 29 deles, que trabalhavam na fábrica de Al-Qaqaa,
teriam sido detidos por fornecer "informações sobre a produção
de material proibido" aos inspetores da ONU, que, em virtude desses
dados, visitaram a fábrica várias vezes. A nota denuncia ainda que
Qussay, se sentir próxima a queda do regime num ataque dos EUA e do
Reino Unido, "planeja executar milhares de presos políticos",
a fim de evitar que denunciem publicamente a tortura e a repressão
praticada pelo Governo iraquiano.
De acordo com o texto, Qussay propôs explodir com dinamite os locais
onde estão os presos políticos, enquanto seus colaboradores mais próximos
apóiam a idéia de envenená-los através da água. Em relação ao
provável exílio de Saddam Hussein, o mesmo jornal entrevistou Naguib
Luis, um farmacêutico egípcio que afirma ser um "antigo
amigo" do líder iraquiano, e para quem este "não é um homem
que desiste facilmente; só deixará o Iraque, morto".
Luis contou que conheceu Saddam Hussein na década de 1960, quando o
líder iraquiano se encontrava exilado no Egito, e chegaram a se reunir
várias vezes, e o então exilado se revelou "um homem simples e
amistoso, não de caráter agressivo". Por isso, diz "não
acreditar em tudo o que andam dizendo sobre ele".
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